Amanhã, o Brasil e Portugal reforçam seus vínculos ao celebrar o Dia da Comunidade Luso-brasileira. A ocasião rememora não apenas o descobrimento das terras brasileiras, em 1500, mas também a assinatura do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, que estreitou relações diplomáticas entre as duas nações. Os laços se refletem no idioma, nas tradições e no patrimônio arquitetônico compartilhado.
Em Curitiba, a influência portuguesa é inegável. A cidade, fundada em 1693 como Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, teve nos colonizadores lusitanos seus primeiros habitantes. Durante os séculos seguintes, costumes e construções de origem europeia moldaram a identidade local. Um dos símbolos dessa herança é o Bosque de Portugal, inaugurado em 1994 no bairro Jardim Social. O local, cercado por vegetação nativa, exibe uma alameda com poemas de autores como Camões e Gregório de Matos gravados em pilares de pedra.
Outro marco é a Praça Brasil 500 Anos, situada no Parque Tingui, que homenageia os cinco séculos de história do país e os povos originários da região. Além desses espaços, a culinária típica mantém viva a conexão com Portugal, com quitutes como o pastel de Belém e o bolinho de bacalhau presentes em feiras e restaurantes.
A Associação de Cultura Portuguesa de Curitiba, criada em 2018, é uma das entidades que trabalham para preservar essas tradições. Segundo Marja Lawana Braga, presidente da organização, a migração lusitana ocorreu em diferentes períodos, desde comerciantes até profissionais vinculados a multinacionais. “Essa diversidade enriqueceu nossa sociedade”, afirma. Entre as iniciativas do grupo estão apresentações da banda Bacalhau com Notas e encontros gastronômicos que revivem saberes ancestrais.
“A contribuição portuguesa é parte fundamental da nossa identidade”, conclui Braga, destacando o papel da miscigenação na formação cultural brasileira. A data serve como reflexão sobre o passado comum e o futuro das relações entre os dois países.