Monday, April 28, 2025
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Economia criativa impulsiona mercado cultural

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Muito além da produção artística, esse segmento abrange desde desenvolvimento de jogos até confecção de peças artesanais, consolidando-se como importante gerador de oportunidades profissionais. A Prefeitura elegeu o tema para iniciar sua série especial em homenagem ao Dia do Trabalhador, celebrado em 1° de maio.

O conceito, criado no início dos anos 2000, refere-se a iniciativas que transformam ideias em valor econômico através de capital intelectual e inovação. Em Curitiba, o poder público implementou estruturas como o Tecnoparque e os Liceus de Ofícios Criativos para fomentar esse ecossistema.

“Oferecemos capacitação constante e espaços especializados para empreendedores e profissionais do ramo”, afirma Paulo Martins, vice-prefeito e titular da pasta de Desenvolvimento Econômico. A estratégia já rende frutos: somente na tradicional Feira do Largo da Ordem, cerca de 900 expositores comercializam produtos autorais aos domingos.

A cidade conta com 18 polos de comercialização de artesanato distribuídos por diversas regiões. O Instituto Municipal de Turismo regula a participação, exigindo que as mercadorias sejam confeccionadas pelos próprios feirantes.

Sebastião Freitas Filho ilustra esse cenário com suas bandejas giratórias produzidas manualmente no Pilarzinho, atraindo tanto residentes quanto visitantes.

Dados recentes mostram que o setor responde por 3% do PIB municipal, com crescimento anual médio de 5% nos últimos cinco anos. A tendência reforça a importância de políticas públicas voltadas para quem transforma criatividade em sustento.

Sebastião destaca que suas criações autorais, além de decorativas, também são utilitárias, pois antes ou depois de serem usadas para servir alimentos ou bebidas, os pratos e bandejas giratórios são belos objetos para compor ambientes. “Cada peça recebe um motivo, que podem ser da natureza, imagens que eu escolho ou aquelas que o cliente pede se for um item customizado”, justifica.

O artesão reconhece a importância das feiras de artesanato da Prefeitura para fortalecer o trabalho dele e de seus colegas da economia criativa de Curitiba. “Sem as feiras, a maioria de nós não teria a mesma chance de ter o mesmo contato com um público tão grande. Minhas peças são compradas, principalmente, por turistas de Santa Catarina, São Paulo e interior do Paraná. Mas também já vendi para pessoas do Japão, Estados Unidos e Portugal”, conta o artesão.

Estúdio Riachuelo

Estúdio Riachuelo (Foto: Cido Marques/FCC)

Outro segmento da economia criativa que cresce em Curitiba é o de arte digital e jogos, que acaba de ganhar um novo espaço da Prefeitura dedicado a quem quer empreender aliando a mente humana e a tecnologia.

O Estúdio Riachuelo, inaugurado pelo prefeito Eduardo Pimentel em março deste ano, ocupa um casarão centenário que foi completamente requalificado para se tornar referência em tecnologias de ponta para a produção de games, animação digital e cultura geek.

O Estúdio Riachuelo oferece cursos gratuitos viabilizados por editais do Fundo Municipal da Cultura, além de opções de capacitação a custo baixo para quem deseja se especializar na área. Uma das atrações espaço, administrado pela Fundação Cultural de Curitiba, é uma sala especial com 20 jogos produzidos em Curitiba, disponíveis gratuitamente ao público.

Programas da Prefeitura de apoio à economia criativa

Projetos culturais podem receber incentivos financeiros através do Fundo Municipal de Cultura e do Mecenato Subsidiado. Em 2024, foram destinados a espetáculos, exposições e outras manifestações artísticas R$ 16,5 milhões, sendo R$ 2,5 milhões de investimento do município e outros R$ 14 milhões com captação de recursos junto às empresas.

Curitiba investe em programas de capacitação para designers e artesãos noLiceu de Ofícios Criativos. No espaço, no Largo da Ordem, trabalhadores criativos de toda a cidade encontram cursos e capacitações em diversas áreas.

Empreendedores criativos podem desenvolver ideias no Worktibas, os primeiros coworkings públicos do Brasil. Além do espaço físico para trabalhar, os Worktibas Boqueirão, Barigui e Pinhão Hub (Rebouças) oferecem capacitações e mentorias para que projetos em fase inicial se transformem em startups com modelos de negócios consolidados. As inscrições para ingressar nos três espaços vão até o dia 16 de maio. São 52 vagas no total.

Artesãos e designers locais podem comercializar seus produtos da economia criativa nas lojas #CuritibaSuaLinda, que reúne itens com motivos curitibanos, como miniaturas das capivaras, guarda-chuvas com a estampa das calçadas de petit-pavê e camisetas com o print da estufa do Jardim Botânico. Atualmente, a rede #CuritibaSuaLinda conta com uma loja online e pontos de venda no Jardim Botânico, Mercado Municipal, Torre Panorâmica e Memorial Paranista.

A Prefeitura incentiva a indústria da moda, outro pilar da economia criativa, promovendo o Boqueirão Fashion, semana de moda com oficinas e desfiles de designers locais na Rua da Cidadania da regional. O evento gratuito ocorre em julho e é atualmente o maior do gênero na cidade.

Curitiba vem atraindo produções audiovisuais, através do Curitiba Film Comission, que passou a conectar profissionais locais com produtores que chegam ‘de fora’, bem como apoio técnico e logístico às produções que desejam filmar na capital. Filmes como Torniquete, Estômago 2

– O Poderoso Chefe e Traição entre Amigas foram rodados na capital paranaense e, neste mês, começou a ser filmado o longa A Arte do Roubo, dirigido pelo cineasta curitibano Marcos Jorge.

A Prefeitura de Curitiba movimenta e gera empregos para o setor de economia criativa com eventos como o Natal de Curitiba, a Oficina de Música e o Inverno Curitiba. Em 2024, a programação de Natal foi responsável pela contratação temporária pelo município de 400 pessoas, entre atores, músicos, bailarinos, contrarregras e outros técnicos de produção. A cidade recebeu 292.789 turistas que injetaram R$ 399,9 milhões na economia local.

Maior evento de artes cênicas da América Latina, o Festival de Curitiba voltou a ter o apoio da Prefeitura de Curitiba em 2025. Na edição deste ano, o evento foi responsável por movimentar, de acordo com estimativa dos organizadores, cerca de R$ 50 milhões na economia criativa de Curitiba e região.

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