O isolamento social enfraqueceu a imunidade do país, resultando em tosses persistentes devido as infecções respiratórias que estão durando mais do que o normal, mesmo com as altas temperaturas deste início de verão no Brasil.
Isso se reflete nos dados semanais que mostram que a gripe e outros vírus respiratórios aumentaram depois das festas de final de ano, de acordo com a professora Kamila Hawthorne, presidente da Faculdade Real de Clínicos Gerais: “médicos e pacientes notaram que algumas das infecções respiratórias atuais parecem estar durando mais do que o normal; no entanto, não podemos explicar por que isso acontece”.
“A maioria da população esteve socialmente isolada nos últimos dois anos, o que parece ter reduzido sua resistência a infecções, tornando mais provável do que nos anos anteriores contrair infecções”, explica.
Portanto, em alguns casos, pode ser necessário contrair várias infecções ao mesmo tempo. Eles são todos distintos, e a superação de um tipo não confere imunidade contra os outros.
A tosse que persiste por mais de três semanas deve ser investigada, segundo especialistas, pois pode ser sinal de câncer de pulmão.
Antibióticos não resolvem
Segundo a Professora Hawthorne, “os antibióticos não vão ajudar”, a maioria das pessoas que sofrem de tosse e resfriado comum se recuperará sem a necessidade de atendimento médico.
Ela aconselhou tomar paracetamol regularmente para qualquer temperatura, dor de garganta ou dor de ouvido, manter-se aquecido, dormir bastante e beber muito líquido.
Ela afirmou: “Incentivamos os pacientes a entender que administrar antibióticos para infecções virais não ajudará, pois os antibióticos apenas ajudam nas infecções bacterianas”.
Os vírus são a causa da maioria das infecções do trato respiratório superior.
“Os farmacêuticos também poderão oferecer recomendações de medicamentos de venda livre apropriados que podem aliviar os sintomas, mas não “curar” a infecção.
“Eles devem procurar uma opinião médica se a tosse for particularmente persistente, trazendo catarro descolorido, falta de ar ou se o paciente está sentindo dor no peito ou perdendo peso sem motivo aparente.”
A temporada de gripe pode ter atingido seu pico, de acordo com as estatísticas.
Andrew Whittamore, da Asthma and Lung UK, explicou que algumas tosses de longo prazo podem ser causadas por Covid anterior, enquanto tosses mais recentes podem ser causadas por mudanças no clima ou outros vírus.
Ele afirmou: ” Covid perdeu força, mas ainda está circulando. Também tivemos vírus como Strep A, e muitas pessoas vieram até nós com tosse e dor de garganta, principalmente crianças, mas também muitas adultos.
“Covid tem uma ampla gama de efeitos nos indivíduos, alguns dos quais incluem cicatrizes nos pulmões e fibrose, que podem resultar em tosse persistente.
“É por isso que aconselhamos qualquer pessoa que continue a tossir quatro semanas depois de receber a Covid-19 a fazer uma radiografia de tórax e ser examinada para descartar outras doenças”, explica.
Ele afirmou: “Essas verificações nos permitem detectar câncer de pulmão, Covid longa e outras doenças.”
Se você tiver uma tosse persistente, você definitivamente deve conversar com seu médico, pois pode ser necessário fazer uma radiografia de tórax.
“Na maioria das vezes, é apenas um conselho tranquilizador dizer: “Na verdade, é isso que está acontecendo, parece que você tem um vírus ou outro vírus em cima disso.”
No entanto, essas condições podem exigir tratamento, investigação ou mesmo a identificação de indivíduos com asma subjacente ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), conforme evidenciado por sibilância, falta de ar ou aperto no peito.
