Esta semana, a missão internacional do governador Carlos Massa Ratinho Junior chegou a Portugal. A visita ao embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, e uma série de encontros com empresários, investidores e diplomatas para discutir oportunidades de negócios no estado deu início nesta segunda-feira (15).
A Conexão Empresarial Paraná-Lisboa, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa e a Invest Paraná organizaram o Paraná Day, que reuniu prefeitos, lideranças políticas, representantes de startups, empresários e representantes de startups de Portugal.
No Paraná, o governador apresentou um maciço pacote de concessões rodoviárias que prevê investimentos de mais de R$ 50 bilhões nos próximos anos. Ratinho Junior lembrou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou o edital do primeiro lote de concessões na sexta-feira (12), e que o leilão dessas concessões está marcado para o dia 25 de agosto, na Bolsa de Valores. Com investimentos previstos de R$ 7,9 bilhões, o lote compreende 473 quilômetros de rodovias ligando Curitiba, Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais.
Dividido em seis lotes, o programa vai mover um total de 3.300 quilômetros de ruas estaduais e governamentais para a área confidencial. A segunda, com 605 quilômetros de extensão, também deve ir a leilão no próximo semestre. “Estamos preparando o maior projeto de concessões rodoviárias da América Latina, o que representa uma oportunidade para investidores do mundo inteiro. Só com os dois primeiros lotes, estamos falando de R$ 19 bilhões de investimentos, podendo chegar a R$ 55 bilhões em todos os trechos”, como enfatizou Ratinho Junior.
“E é um pacote inovador, inédito no Brasil. Há três anos fiz uma proposta ao governo federal de fazer um projeto de concessão que une as estradas estaduais junto com as rodovias federais, o que chegou a esse grande programa, com 3,3 mil quilômetros no total”, explicou o governador. “Também invertemos a lógica do que normalmente acontece em concessões rodoviárias, para que os investimentos aconteçam nos primeiros anos de contrato, em benefício da população, do usuário e do setor produtivo paranaense”.
Além disso, ele mencionou Nova Ferroeste. A expectativa do Paraná é trabalhar com o desenvolvimento de 1.567 quilômetros de ferrovias entre as regiões Sul e Centro-Oeste. Será o maior projeto ferroviário do Brasil e o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do país. 70% das cargas que serão transportadas, segundo estimativas, serão destinadas à exportação, melhorando a balança comercial do estado e do país e gerando 300 mil empregos diretos e indiretos.
Não obstante a tarefa estratégica, o principal representante destacou os prováveis paranaenses em diferentes regiões. Ele falou sobre a indústria do turismo, que é importante para o estado. Uma das centenas de atrações do Paraná são as Cataratas do Iguaçu, uma das Sete Maravilhas da Natureza. Ele afirmou: “Queremos ser a porta de entrada no Brasil para turistas europeus e portugueses e queremos receber com muito carinho os visitantes do nosso estado”.
Mais uma área de interesse é a área de desenvolvimento. Ratinho Junior vê Portugal como um parceiro estratégico também neste setor, com projetos para fortalecer o ecossistema de inovação do estado e tornar o Paraná um celeiro de talentos. No Paraná, existem sete universidades estaduais, sete startups unicórnios, uma grande empresa pública de tecnologia chamada Celepar e centros regionais de inovação. “Nos próximos anos, toda essa expertise pode estar ligada a iniciativas europeias”, afirmou.
Além disso, o estado quer estreitar os laços comerciais com o país e com todo o continente europeu. “Temos uma relação de longa data com Portugal, que pode ser a porta de entrada para os produtos paranaenses na Europa. É um continente estratégico, que conta com uma população de mais de 746 milhões de pessoas que têm um grande poder de compra”, ressaltou o governador. “Nós temos uma boa relação comercial com o continente e podemos expandir os negócios”.
Em 2022, o Paraná embarcou para Portugal produtos no valor de US$ 116 milhões. Em relação a 2021, houve alta de mais de 200% (US$ 37 milhões). Cereais, açúcar bruto, produtos químicos, compensados, carne fresca de frango e óleos essenciais e resinóides eram os principais produtos. O Paraná é o terceiro maior importador de produtos portugueses para o Brasil e o quinto maior exportador de produtos brasileiros para Portugal (era o nono em 2018).
Segundo Jorge Callado, dirigente-chefe da Organização Paranaense de Virada Financeira e Social (Ipardes), a forte expansão dos comércios do Paraná para Portugal reflete a seriedade do bairro. “Devido à produção agrícola recorde em 2023, que garantirá maiores excedentes exportáveis, as expectativas são ainda maiores para esse ano”, afirmou.
No encontro com o diplomata brasileiro em Portugal, Raimundo Carreiro, Ratinho Junior defendeu a formação de um típico mercado de desenvolvimento entre Brasil e Portugal, tendo o Paraná como passagem, já que a Celepar já tem uma delegação em Lisboa. Além disso, ele enfatizou que o estado pode participar de diversos programas de intercâmbio cultural, educacional e relacionado à sustentabilidade com a nação europeia.
A segunda missão internacional deste ano, desta vez saindo do Paraná, segue para Portugal. Na semana passada, a designação concluiu um plano expansivo nos EUA para apresentar potencial e buscar novos empreendimentos para o Paraná. Especialistas do bairro ficam no país europeu até terça-feira (16).
Na primavera, Ratinho Junior também realizou uma missão ao Japão e à Coreia do Sul, totalmente empenhado em abrir o mercado da carne paranaense nos países asiáticos. A multinacional japonesa Sumitomo Rubber e a sul-coreana Phycoil Biotechnology confirmaram seus investimentos como resultado da agenda internacional do Estado.
Estiveram presentes em Lisboa os secretários Marcelo Rangel (Avanço, Modernização e Mudança Informatizada), Marcio Nunes (Viagem) e Ricardo Barros (Indústria, Comércio e Administrações); João Pedro Guimarães, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa; o secretário de Inovação e Desenvolvimento do Consulado Brasileiro, Flávio Riche; os dirigentes do Contribui Paraná, Eduardo Bekin; de Gustavo Garbosa, da Celepar; Paulo Campos Costa, da Fundação Luso-Brasileira; de Luís Paulo Costa, vereador da Câmara Municipal de Arganil; Diogo Ivo Cruz, Diretor de Projetos da Invest Lisboa; Victor Barbosa, CEO do BNI Europa; deputado estadual Gugu Bueno; e Giancarlo Rocco, Diretor de Relações Institucionais e Internacionais da Invest Paraná.