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Martinelli celebra a interseção do cancioneiro brasileiro com o jazz

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Acompanhado do renomado clarinetista Ken Peplowski, baterista paranaense lança seu segundo trabalho solo no mercado internacional.

O baterista brasileiro Sam Martinelli lança em agosto seu novo álbum, “Jazz Meets the Great Brazilian Songbook”. O trabalho é um híbrido de repertórios bem conhecidos do músico, que iniciou a carreira em Curitiba e, há nove anos, vive em Nova Iorque. Na nova obra, o baterista investiga o encontro do cancioneiro brasileiro com a espontaneidade do jazz e se consolida como “um dos músicos mais talentosos a emergir do Brasil nos últimos anos”, segundo o rei do Brazilian Jazz, Claudio Roditi.

Em seu primeiro e celebrado trabalho solo – “Crossing Paths” -, Sam estabeleceu importantes relações. O trompetista Claudio Roditi foi uma delas. Desta vez, Ken Peplowski, clarinetista renomado mundialmente, foi parceiro fundamental para a feitura do disco. “O próprio nome do álbum surgiu em uma conversa entre nós”, conta Sam Martinelli. “A ideia era reforçar a proposta de explorar clássicos da música brasileira pela lente livre do jazz.”

As faixas foram gravadas no Flux Studios, em Manhattan, em um processo pouco convencional fora do mundo do jazz. Em primeiro lugar, porque não houve nenhum ensaio antes das gravações. Sabendo apenas qual seria o repertório do disco, os músicos se encontraram já em estúdio para gravar. Até mesmo no caso do parceiro Peplowski, o dia da gravação foi o primeiro em que os dois tocaram juntos.

Improviso jazzístico

Além disso, é comum que cada instrumento seja captado isoladamente para facilitar eventuais correções no processo de pós-produção. Em “Jazz Meets the Great Brazilian Songbook”, no entanto, os músicos tocavam – e improvisavam – todos juntos na mesma sala. A escolha também faz parte da linguagem jazzística. “Há imperfeições que poderiam ser corrigidas se tivéssemos gravado de outra forma. Mas, considerando a proposta deste trabalho, preferimos manter as músicas exatamente como foram executadas.”

O novo álbum e a ideia de investir na carreira solo também são fruto de reflexões da pandemia. “Depois de lançar meu primeiro disco e passar pela experiência do isolamento, ficou muito claro meu desejo de trabalhar como band leader e focar na integração da música brasileira com o jazz.” Até então, Sam Martinelli tocava como músico acompanhante para outros artistas.

Durante sua carreira nos Estados Unidos, já esteve diversas vezes em um dos palcos mais importantes do mundo, o Carnegie Hall. Em noite histórica de 1962, ali se apresentaram Tom Jobim, João Gilberto, Sérgio Mendes e Carlos Lyra, lançando a bossa nova para o mercado mundial.

Quanto à percepção dos colegas americanos sobre a musicalidade verde e amarela, Sam Martinelli diz que desde que chegou aos Estados Unidos, em 2015, se impressionou com o respeito e admiração dos músicos pelos sons do Brasil. O percussionista conta que durante o mestrado em Estudos do Jazz na Universidade da Cidade de Nova Iorque, as únicas músicas – além do repertório de jazz – que faziam parte dos estudos eram obras de artistas brasileiros como Tom Jobim, Ivan Lins e Hermeto Pascoal.

Em agosto, nas plataformas

Em nove faixas, “Jazz Meets the Great Brazilian Songbook” renova os votos de casamento do Brasil com o jazz. São oito releituras instrumentais de lendas como Tom Jobim, João Gilberto e Edu Lobo, além de uma composição inédita de Sam para o parceiro Claudio Roditi.

Com participação dos veteranos Ehud Asherie no piano, Martin Wind no contrabaixo e o vocal de Carina Calistro na canção-homenagem, o álbum ficará disponível nas plataformas de áudio a partir de 11 de agosto.

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