O Conceito de Cidade Inteligente se solidifica, e as cidades que buscam cumprir os indicadores propostos em eixos de atuação de políticas públicas, conquistam visibilidade com a melhora da qualidade de vida de sua população.
Por Lúcio Olivo Rosas
A Organização Internacional de Padronização – ISO, é uma federação mundial de organismos nacionais de padronização, que preparam Normas Internacionais através de comitês técnicos ISO. Organizações internacionais, governamentais e não governamentais, em ligação com a ISO, também participam no trabalho.
Para o Desenvolvimento Sustentável de Comunidades – Indicadores para Serviços Urbanos e Indicadores de Qualidade de Vida, foi criada a ISO 37.120, tornando-se rapidamente o ponto de referência internacional para cidades sustentáveis, porém, especialistas identificaram a necessidade de indicadores adicionais para cidades inteligentes, e foi criada a ISO 37.122.
Essas Normas Internacionais, quando usada em conjunto, ajuda as cidades a identificarem indicadores para a aplicação de sistemas de gestão urbana, e a implementar políticas de Cidades Inteligentes para:
— Prestar melhores serviços aos cidadãos;
— Proporcionar um ambiente de vida melhor, onde políticas, práticas e tecnologias inteligentes sejam colocadas ao serviço dos cidadãos;
— Alcançar os seus objetivos ambientais e de sustentabilidade de uma forma mais inovadora;
— Identificar a necessidade de infraestruturas inteligentes;
— Facilitar a inovação e o crescimento; e
— Construir uma economia dinâmica e inovadora, preparada para os desafios de amanhã.
No Brasil essas normas já apresentam resultados, e cidades paranaenses conquistam posição internacional ao aplicarem em suas gestões, políticas públicas baseadas na ISSO 37.122.
A cidade de Curitiba acaba de ser eleita a cidade mais inteligente do mundo no concorrido evento World Smart City Awards, em Barcelona, na Espanha. A capital paranaense foi vencedora na categoria Cidades, vencendo a finalistas Barranquilla (Colômbia), Cascais (Portugal), Izmir (Turquia), Makati (Filipinas) e Sunderland (Reino Unido).
O prêmio, concedido pela Fira Barcelona, é considerado um dos principais do mundo no quesito inovação e cidades inteligentes. Entre as avaliações realizadas estão políticas públicas, programas, planejamento urbano, conectividade, sustentabilidade e ações de modernização.
O Paraná também é destaque nacional e internacional com cidades inteligentes, onde diversos municípios e ecossistemas de inovação são premiados. Neste ano, o Paraná também foi eleito o estado mais inovador e sustentável do Brasil, segundo o ranking Bright Cities.
No Brasil, o Ranking Connected Smart Cities que é aplicado desde 2015, tem o objetivo de mapear as cidades com maior potencial de desenvolvimento no país, traz 10 eixos com 74 indicadores desenvolvidos pela consultoria Urban Systems, que qualificam as cidades mais inteligentes e conectadas do país.
O estudo considera o “Conceito de Conectividade” sendo a relação existente entre os diversos setores analisados. O conceito de smart cities considerado entende que o desenvolvimento só é atingido quando os agentes de desenvolvimento da cidade compreendem o poder de conectividade entre todos os setores.
Em 2023, o ranking apresentou um crescimento das cidades paranaenses nas pontuações frente aos indicadores do programa, conforme abaixo:
Destaque para a cidade de LONDRINA, que apresentou um resultado muito positivo, passando para 19° do país e a 2° do Paraná, e, com crescimento contínuo nos últimos 3 anos, passando de 34° do país em 2021, para o 19° em 2023, é a melhor posição que uma cidade do interior do estado obteve desde 2015. Em se tratando da região Sul do país, Londrina estava em 10° em 2021 e agora chega a 5° posição.
No ranking divulgado vale destaque para as cidades de PATO BRANCO e PINHAIS, que melhoram sua posição, passando de 77° para 34°, e 62 para 48°, e PONTA GROSSA, que, pelo segundo ano consecutivo, figura no ranking. Os piores desempenhos ficaram para as cidades de MARINGÁ, que caiu 23 posições no ranking nacional, passando da 20° posição para a 43°, e a cidade de FOZ do IGUAÇU, que foi da 35° posição para a 82°.
O Ranking “Smart City” coordenado pela Urban Systems é uma boa oportunidade para as cidades direcionarem suas políticas públicas, e proporem ações que possam melhorar a vida das pessoas em relação a sua cidade, facilitando o acesso aos serviços que o município disponibiliza para o cidadão, e, consequentemente, melhorando a relação de valor do cidadão com a gestão pública.
Lúcio Olivo Rosas
É mestre em Comunicação e Semiótica: Significação das mídias, professor universitário e Market intelligence Professional