A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Civil do Ceará (PCCE) estão nas ruas desde as primeiras horas da manhã para cumprir 83 ordens judiciais contra uma organização criminosa responsável por se passar por escritórios de advocacia e aplicar golpes em diversos estados do Brasil.
Os criminosos entravam em contato com pessoas que tinham valores a receber em precatórios e faziam cobranças indevidas, utilizando documentos falsos, com a promessa de liberar o pagamento. Ao menos 50 pessoas registraram boletim de ocorrência somente em Curitiba.
São 20 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão. A ação conta com a participação de mais de 200 policiais civis e acontece em Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba, no Ceará, e em Guarulhos, no estado de São Paulo. Conforme apurado, o grupo criminoso tinha como principal alvo vítimas nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Os indivíduos se passavam por representantes de escritórios de advocacia, criavam registros falsos no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e, ao entrarem em contato com as vítimas, davam informações reais sobre processos dos quais elas eram partes.
“O grupo criminoso era extremamente organizado, afrontava funções essenciais à Justiça se fazendo passar por escritórios de advocacia. Afrontava também o Poder Judiciário falsificando documentos judiciais como acórdãos, sentenças”, explica o delegado Emmanoel David, da PCPR.
Os suspeitos utilizavam diversos números telefônicos para aplicar os golpes via aplicativo de mensagens. Nas conversas pediam dinheiro às vítimas para que enviassem documentos, com a promessa de que receberiam o valor total dos processos jurídicos.
Nos endereços citados como os supostos escritórios de advocacia funcionavam, na verdade, estabelecimentos como pastelaria e lojas.
As investigações também contaram com o apoio da Ordem de Advogados do Brasil (OAB). “A OAB Paraná tem dado suporte às investigações graças ao monitoramento constante dos casos que nos são reportados. Reforçamos tanto para a classe quanto para a comunidade a importância de denunciar esse tipo de situação para que as autoridades policiais possam atuar e erradicar o problema”, ressalta Marilena Winter, presidente da OAB-Paraná.