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segunda-feira, novembro 18, 2024
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Porque procuramos vida igual a da Terra em outros planeta

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Você já brincou de esconde-esconde em um lugar novo? É muito mais difícil do que brincar em casa. Você só conhece os esconderijos óbvios: embaixo da cama, no armário, atrás do sofá. O desafio é tentar pensar em esconderijos que você nem consegue imaginar. Como procurar em lugares que você nunca pensou que poderiam ser esconderijos? É mais ou menos isso que cientistas fazem quando procuram vida alienígena; Eles estão tentando pensar em novas maneiras de procurar vida.

O lugar mais próximo para procurar vida extraterrestre é nos planetas dentro do nosso sistema solar. A missão Viking 1 da NASA começou a orbitar Marte, nosso vizinho, em 1976. Procurar vida em Marte era uma das questões científicas mais importantes da missão. A nave espacial incluía um módulo de pouso que poderia ir à superfície do planeta para ver se havia formas de vida no solo.

Os cientistas sabiam que a vida em Marte poderia ser muito diferente da vida na Terra, então não procuraram formas de vida ou moléculas específicas. Em vez disso, eles tentaram projetar experimentos para procurar o que a vida faz, em vez do que ela produz. Por exemplo, as plantas e algumas outras formas de vida na Terra fazem fotossíntese, um processo que usa luz solar e dióxido de carbono no ar para obter energia e crescer. Os cientistas da Viking 1 projetaram o módulo de pouso para procurar sinais de fotossíntese acontecendo em Marte. Para isso, o módulo recolheu um pouco de solo, iluminou-o e fez medições para ver se algum dióxido de carbono do ar era transferido para o solo. Este experimento não mostrou nenhum sinal de fotossíntese no solo de Marte. O módulo tinha outros dois experimentos que procuravam evidências de organismos crescendo no solo de Marte. Um usava gás carbônico e outro usava açúcar e moléculas de aminoácidos que as formas de vida na Terra gostam de comer. A combinação desses três experimentos e outras medições levou a maioria dos cientistas a concordar que provavelmente não há vida na superfície de Marte, pelo menos não um tipo de vida que faça fotossíntese ou coma açúcar. Não se sabe se há sinais de formas de vida antigas em Marte, ou mesmo vida profundamente abaixo da superfície. Os experimentos do módulo Viking foram os testes mais diretos para encontrar vida em outros planetas. Em termos de uma brincadeira de esconde-esconde, no entanto, esses experimentos eram basicamente como olhar no armário: é um esconderijo bastante óbvio, mas você deve verificar lá, só por precaução. Mesmo assim, os cientistas levaram muito tempo para interpretar os resultados.

Procurar vida fora do sistema solar é ainda mais difícil e requer técnicas diferentes. O exoplaneta mais próximo – um planeta orbitando uma estrela que não é o nosso Sol – é Proxima Centauri b, e está a cerca de 40 milhões de milhões de quilômetros (40 seguido por 12 zeros) de distância da Terra. Esses mundos distantes estão tão longe que os cientistas demorariam tempo demais para enviar módulos de pouso para fazer experimentos neles. Procurar vida em exoplanetas é como tentar brincar de esconde-esconde na casa do seu vizinho, mas você só pode olhar pelas janelas e não pode entrar. Você pode ter sorte e conseguir o ângulo certo para ver se há alguém se escondendo, mas não tem como encontrar coisas onde você não consegue ver. Ferramentas como o novo Telescópio Espacial James Webb podem revelar o tamanho dos exoplanetas, quão próximos eles estão das estrelas que orbitam e talvez os gases em suas atmosferas. Mas é só isso. Como você procuraria vida com isso?

Os astrônomos pensaram em procurar vida em exoplanetas procurando oxigênio. Eles começaram com essa estratégia porque na Terra, as diferentes formas de vida produzem a maior parte do oxigênio na nossa atmosfera. Talvez o oxigênio em outro planeta tenha sido feito por vida alienígena. No entanto, existem outras maneiras de produzir oxigênio que não envolvem vida. Então agora, os astrônomos não procuram apenas oxigênio – em vez disso, eles estão à procura de um planeta que tenha oxigênio junto com água e outros gases, como metano e dióxido de carbono. Juntas, essas combinações podem indicar sinal de vida, ainda assim os cientistas estão incertos se só isso é suficiente! Procurar vida procurando esses gases é como olhar atrás do sofá em um jogo de esconde-esconde. Sabemos que alguém vai estar lá? Não. Mas só procurando que se acha.

Existem duas grandes diferenças entre brincar de esconde-esconde e procurar por alienígenas. Primeiro, quando você está brincando de esconde-esconde, geralmente sabe que está brincando com outra pessoa. Não temos ideia se existem alienígenas lá fora para encontrar! É possível que não haja outra vida lá fora, e é possível que haja alienígenas bem ao lado. Até encontrarmos exemplos de vida além da nossa, não saberemos quão comum é a vida no universo.

A segunda diferença é que a maioria dos cientistas não acreditam que a vida alienígena está se escondendo de nós; somente ainda não a avistamos. Existem a crença de que civilizações mais avançadas podem evitar ser detectadas, mas os pesquisadores não acham que isso esteja acontecendo no nosso sistema solar. A maioria dos astrônomos e astrobiologistas sabem que se procurarmos apenas por vida que seja como a vida na Terra, pode-se perder os sinais de vida alienígenas diferentes. Ainda não foram detectados alienígenas, logo, é difícil saber por onde começar. Procurar vida usando experimentos como o módulo Viking ou procurando oxigênio pode não resolver da forma que se é esperado, mas, e se tivermos a sorte de encontrar. E mesmo que não tenhamos, é possível riscar da lista os lugares que procuramos, talvez até concentrar na questão mais difíceis de imaginar algo inédito.

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