Os traficantes que operam no Paraná estão perdendo espaço com as constantes ações das forças de segurança, o Estado é o campeão de apreensões de drogas e repreensões do tráfico no Brasil em 2024, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
Os policiais paranaenses confiscaram entre janeiro e agosto 326 toneladas de entorpecentes, representando 36,5% do total apreendido em todo o país, que chegou a 893 toneladas.
O Paraná supera estados como Mato Grosso do Sul, com 310 toneladas, e São Paulo, com 103 toneladas.
A maior parte das drogas apreendidas é maconha, com o Paraná também ocupando a primeira posição nesse ranking. Dos 816 toneladas da droga interceptadas no Brasil neste ano, 320 toneladas foram confiscadas no estado, o que equivale a 39,2% do total nacional. Mato Grosso do Sul, com 300 toneladas, e São Paulo, com 75 toneladas, seguem a lista.
Enquanto as apreensões de maconha diminuíram 0,33% no Brasil em comparação ao ano anterior, o Paraná registrou um aumento de 11,71%. No estado, foram confiscadas, em média, 1,3 tonelada de maconha por dia, enquanto a média nacional foi de 3,3 toneladas diárias.
As apreensões de cocaína e crack, que compõem outro grupo de drogas contabilizadas, apresentaram um impacto financeiro significativo aos criminosos, apesar do menor volume em comparação à maconha.
No Paraná, foram interceptadas 5,7 toneladas dessas substâncias até agosto de 2024, um aumento de 15,84% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse montante corresponde a uma média de 24 quilos de cocaína e crack apreendidos diariamente no estado.
OPERAÇÕES – Exemplos recentes dessas apreensões ocorreram em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Estado, onde a Polícia Militar do Paraná (PM-PR) apreendeu 6 toneladas de maconha em agosto. No início de setembro, em Iporã, na região Noroeste, a PMPR apreendeu mais 1,4 tonelada de maconha.
Além da interceptação dos carregamentos, as forças de segurança pública estaduais também atuam para desmantelar os grupos criminosos. No final de agosto, a Polícia Civil do Paraná (PC-PR) prendeu 54 pessoas no Paraná e em Santa Catarina durante uma operação para desarticular uma organização especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Outras dez pessoas foram presas e dois helicópteros foram apreendidos há menos de duas semanas em cidades do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul em outra operação focada em um grupo especializado no transporte e distribuição de grandes quantidades de droga.
CONDIÇÕES DE TRABALHO – Na avaliação do secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira, os resultados do Paraná estão diretamente ligados às políticas implantadas a partir de 2019 pelo Governo do Estado para melhoria estrutural à disposição dos policiais. Entre as medidas tomadas, ele destacou a contratação de delegados da Polícia Civil para todas as comarcas, a compra de novas aeronaves, embarcações, viaturas e armamentos para a Polícia Militar, a criação da Polícia Penal e a aquisição de equipamentos de alta tecnologia para a Polícia Científica.
Na última segunda-feira (23), o poder executivo estadual também lançou a Escola de Inteligência do Paraná. Trata-se de um espaço de formação contínua e especializada, com o objetivo de padronizar e fortalecer as atividades da área de inteligência para subsidiar o planejamento estratégico de combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas.
Uma das iniciativas que simboliza as melhorias estruturantes das forças paranaenses é o Projeto Falcão, que consiste na aquisição de aeronaves e equipamentos de ponta para combate ao crime organizado, especialmente nas regiões de fronteira, onde o tráfico de drogas é mais atuante. Graças ao projeto, o Estado, que possuía duas aeronaves à disposição da polícia até 2019, passou a ter 11 helicópteros e quatro aviões de uso exclusivo dos agentes de segurança.
