Um mês depois da emboscada realizada por membros da torcida do Palmeiras, Mancha Alviverde contra ônibus com torcedores da Máfia Azul, na Rodovia Fernão Dias, a Polícia Civil paulista efetuou a prisão de mais um envolvido no ataque, ocorrido em 27 de outubro, que gerou repercussão nacional, com exposição de vídeos nas redes sociais da ação, no município de Mairiporã, cidade da Região Metropolitana de São Paulo.
A nova prisão ocorreu justamente em Mairiporã onde um dos ônibus que transportava torcedores do Cruzeiro foi incendiado.
No início de novembro, Alekssander Ricardo Tancredi, de 31 anos, foi preso e indiciado por crimes como homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa. As autoridades seguem em busca de outros 16 suspeitos já identificados. Desses, sete possuem mandados de prisão expedidos: dois foram localizados, enquanto cinco permanecem foragidos, incluindo Jorge Luís Sampaio, presidente da Mancha Alviverde, e o vice-presidente, Felipe Mattos.
A emboscada ocorreu na madrugada de 27 de outubro, também em Mairiporã, sentido Belo Horizonte. Durante o atentado, José Victor Miranda dos Santos, de 30 anos, morreu após sofrer queimaduras e lesões graves provocadas por um coquetel molotov. Outras 17 pessoas ficaram feridas. O confronto teria sido motivado por uma retaliação, já que, em 2022, integrantes da Máfia Azul atacaram membros da Mancha Alviverde na mesma rodovia, resultando em espancamentos e exposição de vídeos do ocorrido nas redes sociais.
Inicialmente, a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) conduziu a investigação, mas houve uma controvérsia envolvendo um dos suspeitos. Henrique Moreira Lelis teve a prisão revogada após a polícia reconhecer um equívoco, comprovando que ele estava a 400 quilômetros do local no momento do crime.
Desde o incidente, o Ministério Público paulista solicitou medidas rigorosas contra a Mancha Alviverde. A Federação Paulista de Futebol (FPF) proibiu acessórios e uniformes da torcida nos estádios de São Paulo. No clube social do Palmeiras, a presidente Leila Pereira reforçou as restrições, vetando qualquer traje ou item associado a torcidas organizadas, incluindo a própria Mancha.
O episódio reflete as tensões históricas entre as torcidas, agravadas pela falta de segurança e pela escalada de retaliações. O caso chama atenção para o desafio de conter a violência ligada ao futebol, que frequentemente ultrapassa as arquibancadas e invade espaços públicos, gerando prejuízos à segurança e à convivência social.