O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou o decreto nº 8.025, que institui o Programa Rota Turística Caminho de Peabiru. A iniciativa visa implementar e preservar a rede de trilhas ancestrais que atravessam o Paraná, conectando Paranaguá a Foz do Iguaçu, e chegando até o Peru. O programa tem como pilares a promoção do turismo sustentável, a conservação ambiental, o fortalecimento de corredores ecológicos e a valorização da herança cultural do Estado.
Caminhos históricos e significado cultural
O Caminho de Peabiru foi percorrido por povos indígenas, como os Guarani, Kaingang e Xetá, além de exploradores europeus, jesuítas e incas. Originalmente, a rede de trilhas servia para comércio, comunicação entre aldeias e práticas religiosas. Para algumas culturas, a rota simbolizava o trajeto do Sol na Terra, refletindo a orientação da Via Láctea.
Objetivos específicos do programa
O programa busca:
- Estruturar uma rede integrada de municípios para fortalecer o turismo sustentável e consolidar trilhas de longo curso;
- Promover o desenvolvimento sustentável, gerando emprego e renda nas comunidades locais;
- Conectar áreas protegidas e corredores ecológicos, contribuindo para a conservação da biodiversidade;
- Estimular o etnoturismo, ecoturismo e turismo rural, promovendo saúde, bem-estar e valorização do patrimônio cultural e ambiental.
Coordenação e planejamento
A Secretaria de Estado do Turismo (Setu) liderará a execução do programa, promovendo a integração de 84 municípios inicialmente participantes, além de Instâncias de Governança Regional (IGRs) e comunidades locais. A Setu será responsável por criar um Manual Operativo, que estabelecerá critérios e diretrizes para a adesão de municípios e IGRs ao programa.
Municípios adicionais poderão ser incluídos no futuro, desde que tenham conexão territorial com a rota e evidências de trechos históricos em seu território.
Integração e financiamento
A implementação do programa prevê cooperação entre a Setu e a Secretaria de Planejamento (SEPL), permitindo o financiamento de projetos para sinalização, infraestrutura e conservação da trilha.
De acordo com o secretário de Planejamento, Guto Silva, o programa resgata a história do Paraná e projeta um futuro promissor. “Recuperar o Caminho de Peabiru é uma forma de conectar turistas e cidadãos à nossa ancestralidade, garantindo que futuras gerações conheçam essa rica herança enquanto criamos oportunidades econômicas e sociais”, destacou.
Rota reconhecida como patrimônio
A coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da Setu, Anna Vargas de Faria, ressaltou que o decreto dá continuidade ao trabalho iniciado pela Lei 21.046/2022, que reconheceu o Caminho de Peabiru como patrimônio cultural imaterial do Paraná.
“O projeto estabelece uma rede de trilhas que conecta não só municípios, mas também a memória e o patrimônio dos povos originários do Brasil. Ele transforma o Caminho de Peabiru em um novo produto turístico, capaz de atrair investimentos, gerar trabalho e renda, e promover a conservação ambiental e o bem-estar social”, explicou Anna.
Próximos passos
A primeira etapa do programa ocorrerá em janeiro, com o evento de sensibilização “Qualifica Setu”. O encontro será voltado para gestores municipais e representantes das IGRs, com foco na mobilização e alinhamento para a adesão ao programa.
“Nosso objetivo é garantir que todos compreendam suas responsabilidades no processo de implementação e que haja uma integração eficiente entre os diferentes trechos da trilha”, completou Anna Vargas.
Potencial turístico e econômico
Segundo o secretário de Turismo, Márcio Nunes, o Caminho de Peabiru, já reconhecido como patrimônio cultural, reúne atributos históricos e naturais que podem atrair visitantes do Brasil e do mundo.
“A mescla de ecoturismo e história faz desta rota um atrativo singular, unindo conservação ambiental e desenvolvimento sustentável. É uma oportunidade de promovermos o Paraná como um destino turístico de relevância global”, afirmou.
Com a criação do programa, o Paraná dá um passo estratégico para valorizar sua história, preservar seu patrimônio cultural e natural e promover o turismo como motor de desenvolvimento econômico e social.