Na quinta-feira (18), a Polícia Federal desmantelou uma organização criminosa que se disfarçava de agência de modelos, enganando mulheres com falsas promessas de trabalho no exterior. A operação, chamada Catwalk, revelou que o grupo estava envolvido no tráfico internacional de pessoas com o objetivo de exploração sexual, e que as agenciadoras também atuavam dentro do Brasil, recrutando jovens para o esquema.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos principais envolvidos em várias cidades: São Paulo (SP), Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio de Janeiro (RJ). A ação também incluiu medidas cautelares, como o sequestro de bens e a apreensão de passaportes, além da proibição judicial de novos documentos de viagem para os investigados. Adicionalmente, foi determinado o bloqueio do acesso dos suspeitos às redes sociais e a restrição da comunicação entre eles.
A operação visa desarticular uma rede criminosa que aliciava mulheres para uma vida de exploração sexual sob a fachada de oportunidades de trabalho no exterior.
A Operação começou a partir da denúncia da mãe de uma das vítimas, de São José dos Campos (SP). A menina foi candidata ao trabalho oferecido pela falsa agência de modelos, do Rio de Janeiro (RJ), que selecionava jovens de aparência infantojuvenil. A ação da Polícia Federal conseguiu interceptar o envio da filha da denunciante.
A promessa da agência era de trabalho como modelo no exterior. Porém, na realidade, as vítimas sofriam exploração sexual mediante fraude, coação contratual e exploração de vulneráveis.
Uma vez em território estrangeiro, as meninas não tinham nenhum tipo de liberdade e todos os movimentos delas eram monitorados.
As investigações da Polícia Federal identificaram dez vítimas, além do movimento da falsa agência de modelos, que girava em torno de dezenas de mulheres enviadas mensalmente aos destinos, normalmente Dubai. Além disso, ficou demonstrado que houve pelo menos um caso de ameaça e de efetiva agressão física contra uma das traficadas, a fim de garantir o repasse das comissões pelas atividades sexuais, que chegavam a 60%.
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