O Telescópio Espacial Hubble registrou recentemente uma imagem de uma rara supernova localizada na constelação de Gêmeos, a aproximadamente 650 milhões de anos-luz da Terra.
A foto recém-divulgada mostra a galáxia LEDA 22057, onde a explosão estelar ocorreu. A galáxia espiral apresenta um núcleo ovalado e brilhante, de onde seus braços se estendem em espirais que se fundem ao cosmos pontilhado de estrelas.
A supernova, nomeada SN 2024PI, se destaca na imagem como um pequeno ponto azul pálido, brilhando no meio de densas faixas de gás. Ela está localizada um pouco abaixo e à direita do núcleo esbranquiçado da galáxia.
O Hubble capturou essa imagem cerca de seis semanas após a descoberta da supernova. Por isso, SN 2024PI aparece como um ponto azul pequeno e discreto, muito menos brilhante do que no momento de seu pico luminoso.
Uma supernova especial
As supernovas ocorrem quando estrelas envelhecem, colapsam e explodem. No caso da SN 2024PI, ela pertence à classe das supernovas do Tipo Ia, que surgem sob condições especiais. Esse tipo de explosão estelar requer a existência prévia de uma anã branca, um pequeno e densíssimo astro remanescente da morte de uma estrela, com tamanho comparável ao de um planeta.
No entanto, a presença de uma anã branca não é suficiente para que uma supernova do Tipo Ia ocorra. O astro precisa fazer parte de um sistema binário, no qual duas estrelas orbitam um centro de massa comum.
“Quando uma anã branca suga material de sua estrela companheira, pode se tornar massiva demais para se sustentar”, explicaram representantes da Agência Espacial Europeia (ESA) na descrição da imagem do Hubble. “O resultado é uma fusão nuclear descontrolada, que destrói a anã branca em uma explosão de supernova visível a galáxias de distância.”
Registro de um evento cósmico raro
Essa supernova foi descoberta recentemente por um levantamento astronômico automatizado, que analisa a metade norte do céu a cada dois dias. Esse método já catalogou mais de 10 mil supernovas.
O Telescópio Espacial Hubble, lançado a bordo do ônibus espacial Discovery em abril de 1990, é um projeto conjunto da NASA e da ESA, gerenciado pelo Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, em Greenbelt, Maryland.
Embora o novo registro do Hubble mostre um notável “ponto azul pálido”, ele não é a imagem mais icônica desse tipo. Esse título pertence à famosa fotografia tirada pela sonda Voyager 1 em 1990, na qual a Terra aparece como um minúsculo ponto luminoso no vasto e escuro universo.