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quarta-feira, janeiro 22, 2025
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Imigrantes temem deportação em massa no governo Trump

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Imigrantes buscam respostas urgentes sobre a nova administração de Donald Trump, processos de asilo, formas de contestar ordens de deportação e como se preparar para uma separação familiar.

O temor dos imigrantes era que, assim que Trump assumisse a presidência, ele cumprisse a promessa de campanha e ordenasse deportações em massa pelo país. Os 210 mil imigrantes que chegaram a Nova York desde 2022 enfrentam a ameaça de fechamento de um abrigo que acolhe 1.800 pessoas, além da possibilidade do prefeito Eric Adams revogar políticas de cidade-santuário por meio de uma ordem executiva. Representantes da administração Trump e Adams já discutiram a deportação de imigrantes com antecedentes criminais.

A diretora de um renomado santuário para refugiados, afirmou que esta e outras organizações estavam se preparando para um período de incertezas. Nas semanas anteriores, o grupo recebeu 150 novos voluntários e esperam um aumento maior após a posse. “Prevemos um aumento na busca por defesa contra deportações, monitoramento do ICE e trabalho contra a separação familiar”, disse.

Este santuário para refugiados é uma das várias organizações nos EUA que capacitam imigrantes a se representarem legalmente com a ajuda de voluntários. Desde que foi fundada em 2022, a organização auxiliou mais de 5.000 imigrantes, contando com mais de 100 voluntários treinados. Somente no ano passado, ajudou 715 imigrantes a preencher formulários de mudança de endereço para evitar a perda de audiências judiciais e o risco de deportação.

Trump planeja lançar o maior programa de deportação da história dos EUA, além de propor ao Congresso a proibição de cidades-santuário e a contratação de 10.000 novos agentes de fronteira. Ele também pretende restringir benefícios federais apenas a cidadãos americanos e restabelecer uma proibição de viagens para países de maioria muçulmana. Em uma entrevista, Trump afirmou que não tem escolha senão deportar milhões de pessoas, sob a alegação de que os custos são exorbitantes.

Para se preparar, as organizações de proteção aos refugiados estão arrecadando fundos para contratar advogados em tempo integral e desenvolverem novos programas para auxiliar imigrantes na reabertura de casos de asilo. A organização também está se mudando para um novo espaço, onde treinará voluntários fluentes em francês e árabe, devido ao aumento de migrantes vindos de países africanos.

Emelis, que pediu para não divulgar o sobrenome dele por medo de deportação, fugiu da Venezuela após ser alvo das forças militares por participar em protestos estudantis contra o governo de Nicolás Maduro. Aos 26 anos, ela estava quase perdendo o prazo para solicitar asilo quando encontrou o programa de assistência do notório santuário para refugiados. Nos EUA, as solicitações de asilo devem ser feitas dentro de um ano da chegada do requerente ao país. Com a ajuda de voluntários, ela conseguiu preencher os formulários de asilo e autorização de trabalho a tempo. Ela conta que ficou assustada quando chegou, mas que se acalmou quando recebeu o documento de trabalho em um mês.

No Brooklyn, um pastor e moradores locais acolheram os imigrantes em um programa semanal que oferecia informações sobre imigração, alimentação e roupas. Rapidamente, perceberam que esses imigrantes precisavam, acima de tudo, conhecer os direitos deles.

Na época, as clínicas jurídicas de Nova York estavam sobrecarregadas com a grande demanda por assistência legal gratuita, um problema também observado em outras cidades. Redes de solidariedade em Washington, D.C. e no Colorado, surgiram para tentar suprir essa demanda em ajudar imigrantes a preencherem pedidos de asilo e autorizações de trabalho.

Em Nova York, o centro oficial de asilo da cidade impõe restrições rígidas para agendamento de solicitações: os imigrantes devem estar no sistema de abrigos da cidade, serem elegíveis para autorização de trabalho e não terem ultrapassado 11 meses de residência no país. Muitos chegam despreparados ao tribunal de imigração e sem representação legal. Atualmente, 44% dos imigrantes no estado de Nova York enfrentam os casos sozinhos, sem falar inglês ou ter conhecimento sobre os direitos deles.

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