A OMS relatou um surto de Marburg que teria matado oito pessoas na região de Kagera, na Tanzânia. No entanto, autoridades de saúde do país contestaram o relatório horas depois, afirmando que os testes realizados nas amostras haviam retornado resultados negativos. A presidenta da Tanzânia Samia Suluhu Hassan declarou que os testes confirmaram apenas um caso de Marburg de um total de 26.
Assim como o Ebola, o vírus Marburg tem origem em morcegos frugívoros e se espalha entre as pessoas através do contato próximo com fluidos corporais de indivíduos infectados ou com superfícies contaminadas, como lençóis infectados.
Os sintomas incluem febre, dores musculares, diarreia, vômito e, em alguns casos, morte por hemorragia intensa. Não há vacina ou tratamento autorizado para o vírus Marburg.
Este é o segundo surto de Marburg em Kagera desde 2023. O novo caso surgiu exatamente um mês após Ruanda, que faz fronteira com Kagera, declarar o fim do surto da doença.
As autoridades de saúde estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade do vírus Marburg se espalhar além da África e chegar ao Brasil e a América, devido aos métodos de transmissão e ao padrão de viagens internacionais. Especialistas alertam que viajantes infectados podem levar o vírus a outros continentes antes do aparecimento dos sintomas, possibilitando novos surtos em diferentes regiões ou até mesmo continentes.
Além disso, o comércio de animais silvestres e a migração de morcegos frugívoros, principais reservatórios do vírus, também representam riscos. Caso perturbações ambientais forcem essas populações de morcegos a se deslocarem para novas áreas, a probabilidade de eventos de transmissão zoonótica podem aumentar.
A exposição em ambientes médicos e laboratoriais também permanece uma ameaça, pois profissionais de saúde e pesquisadores que manuseiam amostras infectadas podem, sem querer, transportar o vírus para outros países. Em zonas de conflito ou regiões com deslocamentos forçados em massa, o movimento de pessoas vindas de áreas afetadas pelo surto pode elevar o risco de disseminação global.
Para mitigar esses perigos, as autoridades estão reforçando os controles de fronteira, aumentando a vigilância em áreas de alto risco e promovendo maior cooperação internacional. No entanto, a natureza imprevisível da transmissão viral continua sendo um grande desafio para os esforços de contenção.