Embora os rios sejam geralmente conhecidos por terem longos e sinuosos trajetos, nem todos percorrem grandes distâncias. Um exemplo curioso é o Roe River, localizado em Montana, nos Estados Unidos, que flui por apenas 61 metros, conectando a nascente Giant Springs ao rio Missouri.
O Roe River conquistou o título de rio mais curto do mundo no livro dos recordes de 1989. Antes disso, o recorde pertencia ao D River, em Lincoln City, Oregon, com 134 metros de extensão. Porém, medições realizadas em diferentes períodos mostraram variações nos comprimentos de ambos os rios, o que gerou disputas entre os moradores das duas cidades sobre qual curso d’água mereceria, de fato, o título. Para encerrar a polêmica, o livro dos recordes decidiu remover essa categoria em 2006.
No entanto, existem rios ainda mais curtos espalhados pelo mundo. O rio Tamborasi, na Indonésia, por exemplo, tem apenas 20 metros de comprimento, enquanto o rio Kovasselva, na Noruega, tem uma extensão semelhante.
O que define um corpo d’água ser um rio?
Será que um curso d’água com apenas 20 metros de extensão pode ser considerado um rio? A resposta está na definição do que constitui um rio, que é mais ampla do que muitos imaginam.
Um rio é caracterizado por um fluxo constante de água em forma de corrente. Esse fluxo é alimentado por fontes em áreas elevadas e, eventualmente, deságua em outro corpo d’água, como um oceano, um lago, outro rio ou uma bacia hidrográfica.
De maneira geral, pequenos cursos d’água, como riachos e córregos, se unem para formar ribeirões. Esses ribeirões, por sua vez, podem se fundir e dar origem a rios, que transportam água de regiões mais altas para áreas mais baixas, até atingir seu destino final, geralmente o mar.
Classificação dos rios: o sistema de Strahler
Em 1952, o geocientista Arthur Newell Strahler propôs um sistema para classificar cursos d’água. Esse sistema divide rios e riachos em 12 ordens, com base no número de afluentes — que são cursos d’água menores que alimentam rios maiores, sem desaguar diretamente no oceano.
- Riachos de primeira e segunda ordem: São cursos d’água pequenos que não recebem afluentes e deságuam diretamente em riachos ou rios maiores.
- Riachos de terceira ordem: Estes formam a parte superior de uma bacia hidrográfica e representam mais de 80% dos cursos d’água do planeta.
- Cursos de quarta a sexta ordem: São considerados rios de médio porte, alimentados por outros riachos e córregos.
- Acima da sexta ordem: São rios de grande porte, formados por uma rede complexa de afluentes.
O rio Mississippi, por exemplo, é classificado como um rio de oitava ordem. Já o rio Amazonas, que transporta mais água do que qualquer outro curso d’água no mundo, é considerado um rio de décima segunda ordem, o nível mais alto da classificação. Com seus impressionantes 6.993 quilômetros de extensão, o rio Amazonas faz com que os outros rios se pareçam mais com uma poça d’àgua.
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