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domingo, fevereiro 23, 2025
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Estilo de vida influencia no envelhecimento e aparência física

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Natureza versus criação: cientistas estão reunindo mais evidências sobre o que tem maior impacto no bem-estar humano durante o processo de envelhecimento. Embora tanto as exposições ambientais quanto a genética sejam conhecidas por desempenhar papéis importantes na forma como envelhecemos, as condições de vida e as escolhas de estilo de vida afetam a saúde humana muito mais do que a genética, de acordo com um novo estudo.

Pesquisadores utilizaram dados de quase 500 mil participantes para avaliar a influência de 164 fatores ambientais e escores de risco genético para 22 doenças relacionadas à idade e morte prematura, segundo o artigo. Os dados mostraram que fatores ambientais foram responsáveis por 17% da variação no risco de morte, em comparação com menos de 2% explicados pela predisposição genética.

O estudo descobriu que tabagismo, status socioeconômico, atividade física e condições de vida tiveram o maior impacto na mortalidade e aparência envelhecida. O tabagismo foi associado a 21 doenças; fatores socioeconômicos – como renda familiar, propriedade da casa e status de emprego – foram associados a 19 doenças; e a atividade física foi associada a 17 doenças.

Além disso, exposições na infância mostraram influenciar o envelhecimento e o risco de morte prematura décadas depois. Fatores como o peso corporal aos 10 anos de idade e o tabagismo materno durante o nascimento tiveram impacto 30 a 80 anos mais tarde. As exposições ambientais também tiveram um impacto maior nas doenças crônicas do pulmão, coração e fígado, que estão entre as principais causas de incapacidade e morte no mundo. Já o risco genético teve maior influência em casos de demência e câncer de mama, de acordo com os pesquisadores.

Embora muitas das exposições individuais tenham um papel pequeno na morte prematura, o efeito combinado de múltiplas exposições ao longo da vida explicou uma grande proporção da variação na mortalidade prematura, disseram os pesquisadores. No entanto, 23 dos fatores identificados são modificáveis.

“Nossa pesquisa demonstra o profundo impacto na saúde de exposições que podem ser alteradas, seja por indivíduos ou por meio de políticas para melhorar as condições socioeconômicas, reduzir o tabagismo ou promover a atividade física”, disse o professora de epidemiologia Cornelia van Duijn, um dos autores do estudo.

O artigo também detalhou um novo método de medição chamado “relógio do envelhecimento”, que monitora a velocidade com que as pessoas estão envelhecendo com base nos níveis de proteínas no sangue. A nova medida permitiu que os pesquisadores vinculassem exposições ambientais que predizem mortalidade precoce ao envelhecimento biológico. A abordagem proporcionou “a visão mais abrangente até hoje dos fatores ambientais e de estilo de vida que impulsionam o envelhecimento e a morte prematura”, disse Austin Argentieri, o autor principal do estudo.

Ainda há questões a serem respondidas relacionadas à dieta, estilo de vida, exposição a novos patógenos – como gripe aviária e a Covid-19 –, produtos químicos como pesticidas e plásticos, além do impacto de fatores ambientais e genéticos em diferentes populações, disseram os pesquisadores. O estudo destaca a necessidade de estudos integrais para melhorar a saúde das populações que envelhecem, identificando combinações-chave de fatores ambientais que abordem simultaneamente o risco de morte prematura e muitas doenças comuns relacionadas à idade.

“Em um ambiente em constante mudança, é crucial que combinemos essas técnicas com avanços inovadores em tecnologia inteligente para monitorar estilo de vida e ambiente, além de dados biológicos, para entender o impacto do ambiente ao longo do tempo”, disse Argentieri.

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