Nesta quinta-feira, 20 de março, terá início o julgamento de quatro skinheads acusados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de envolvimento no assassinato de um casal de jovens, ocorrido em abril de 2009. As vítimas, de 21 e 24 anos, foram mortas a tiros em uma emboscada na BR-116, em Quatro Barras, cidade da Região Metropolitana de Curitiba, após deixarem uma festa temática em homenagem a Adolf Hitler, realizada em uma chácara em Campina Grande do Sul.
As investigações revelaram que o crime estaria ligado a uma disputa interna pelo controle de uma organização com ideologia neonazista.
Segundo as apurações, os réus agiram de forma coordenada, seguindo ordens de um mandante, também denunciado, que residia em São Paulo.
Na ocasião, dois dos acusados, então com 19 e 21 anos, encapuzados e armados, interceptaram o veículo do casal e efetuaram os disparos que resultaram nas mortes.
O processo, que tramita há quase 16 anos, sofreu diversos adiamentos e envolveu a prisão temporária de alguns dos investigados. Um dos cinco executores mencionados na denúncia faleceu durante o andamento do caso.
O mandante dos homicídios, que tinha 34 anos à época do crime, terá seu julgamento realizado em 22 de maio deste ano. A acusação inclui duplo homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe e emboscada.
A sessão desta quinta será conduzida pelo Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul, com início às 9h, e contará com a atuação de promotores do Gajuri (Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri) e da Promotoria local.
O caso chama atenção não apenas pela brutalidade, mas também pelo contexto ideológico que motivou o crime, destacando a persistência de grupos extremistas na região.