Um módulo lunar robótico está programado para ser lançado ao espaço hoje, marcando a segunda missão lunar de uma empresa que fez história há um ano ao se tornar a primeira companhia privada a pousar com sucesso na superfície da Lua. A espaçonave, chamada Athena, foi construída pela empresa texana Intuitive Machines e transportará uma broca e um conjunto de instrumentos para estudar a composição química de rochas e do solo sob a superfície lunar.
A missão faz parte do programa Commercial Lunar Payload Services (Serviços de Carga Comercial Lunar em tradução livre) da NASA, criado para apoiar o desenvolvimento de módulos lunares por empresas do setor privado. O local de pouso escolhido é um platô na região do polo sul da Lua, em uma montanha de topo plano chamada Mons Mouton. O polo sul lunar é de especial interesse para a NASA porque se acredita que há água, em forma de gelo, relativamente abundante nas crateras permanentemente sombreadas da área. Essa água poderia ser crucial para o estabelecimento de uma base permanente na Lua. A missão Athena, em particular, buscará a presença de possíveis reservas de água subsuperficiais, que poderiam ser um recurso vital para futuras missões tripuladas ao satélite.
O lançamento da Athena está programado para às 00h17 (horário de Brasília), a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, partindo do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida. O mesmo foguete também lançará um satélite de mapeamento lunar desenvolvido pela NASA, chamado Lunar Trailblazer. Essas duas missões estão entre vários lançamentos espaciais previstos para esta semana: a NASA também planeja enviar o observatório espacial SPHEREx para a órbita na quinta-feira. O satélite foi projetado para mapear todo o céu em 3D e estudar as origens do universo.
Enquanto isso, a SpaceX pretende lançar o megafoguete Starship em um oitavo voo de teste na sexta-feira. No fim de semana, outro módulo lunar robótico, construído pela empresa Firefly Aerospace, tentará pousar na superfície da Lua. Após o lançamento, espera-se que o módulo Athena leve cerca de uma semana para chegar à Lua. Se tudo correr conforme o planejado na quarta-feira, a espaçonave poderá pousar já no dia 6 de março.
A missão também testará um sistema de comunicação 4G desenvolvido pela Nokia na superfície lunar. Executivos da empresa afirmaram que essa rede poderá ser usada para transmitir dados da Terra para a Lua ou para retransmitir comunicações, telemetria e outros dados entre diferentes espaçonaves na superfície lunar. Durante sua missão de várias semanas, o módulo Athena liberará um drone projetado para realizar uma série de saltos ao redor do local de pouso. Batizado de Grace, o robô saltador deve explorar aproximadamente 200 metros de terreno em quatro saltos, adentrando uma cratera próxima para escanear depósitos de gelo e a possível presença de hidrogênio, segundo a Intuitive Machines.
A empresa alcançou seu primeiro pouso histórico na Lua em fevereiro de 2024, quando seu módulo Odysseus pousou perto de uma cratera chamada Malapert A, próximo ao polo sul lunar. Esse marco não apenas representou o primeiro pouso bem-sucedido de uma empresa privada na Lua, mas também foi a primeira vez que uma espaçonave americana pousou no satélite em mais de 50 anos — desde a missão Apollo 17, em 1972. No entanto, o módulo Odysseus acabou tombando de lado na superfície lunar, limitando sua capacidade de coletar a quantidade planejada de dados (embora o pouso ainda tenha sido considerado um sucesso).
Desta vez, a Intuitive Machines espera conseguir um pouso perfeito. A NASA planeja contratar pelo menos algumas das empresas participantes do programa Commercial Lunar Payload Services para transportar carga e instrumentos científicos para a superfície lunar, como parte do objetivo maior da agência de levar astronautas de volta à Lua.
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