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domingo, dezembro 22, 2024
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A órbita da Terra mais parece um aterro sanitário

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O espaço, logo além da atmosfera da Terra, pode ser comparado ao quarto de um adolescente: mesmo quando tentamos limpá-lo, ele parece ficar cada vez mais bagunçado.

Essa é uma das conclusões do Relatório de Ambiente Espacial 2024, publicado pela Agência Espacial Europeia (ESA). O relatório fornece um panorama dos satélites e detritos acumulados na órbita da Terra. O relatório mais recente da ESA, publicado anualmente desde 2017, atua como um censo das atividades espaciais e revela a gravidade do problema. Segundo os dados, mais de 35.000 objetos são monitorados pelas redes de vigilância, dos quais aproximadamente 26.000 são detritos maiores que 10 centímetros.

O relatório sugere que, apesar dos esforços para mitigar a quantidade massiva de detritos espaciais, o lixo continua a se acumular. Tão intensamente que estamos criando “um ambiente insustentável a longo prazo”, segundo o relatório.

Recentemente, a SpaceX revelou que os 6.200 satélites em sua megaconstelação Starlink tiveram que realizar quase 50.000 manobras de evasão de colisão no último ano, desviando de lixo e detritos em órbita baixa da Terra. A empresa também enfrentou um quase acidente na Terra em maio, quando detritos de uma de suas espaçonaves Crew Dragon caíram pelas montanhas da Carolina do Norte, incluindo em propriedades privadas.

O relatório da ESA também detalha como a humanidade está lançando mais satélites do que nunca, impulsionada pelo aumento de iniciativas comerciais de satélites, como o Starlink da SpaceX. De todos os satélites ativos no mundo, a ESA afirma que mais de 6.000 estão localizados em órbita baixa da Terra, a uma altitude entre 500 e 600 quilômetros.

Essa região é comparável a uma rodovia congestionada da órbita terrestre, e a ESA observa que a situação tende a piorar: a maioria dos satélites lançados em 2023 também foi destinada a essas altitudes. Se detritos colidirem com ou explodirem nessas vias espaciais movimentadas, isso pode ser catastrófico, desencadeando uma reação em cadeia que compromete satélites e coloca em risco infraestruturas críticas, como telescópios espaciais e estações espaciais em órbita baixa. Essencialmente, isso poderia fechar essas vias.

Apesar do cenário sombrio, há ainda chance para um futuro promissor. O relatório também aponta que houve um aumento nos esforços para mitigar os detritos espaciais, através da desorbitagem de cargas e de estágios de foguetes gastos.

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