Se há uma atividade que merece seu status de ouro para a saúde, é a caminhada. Trata-se de um exercício de baixo impacto que ajuda a interromper longos períodos de sedentarismo. É gratuita, simples de realizar e traz benefícios como o controle da saúde do coração, do peso e da redução do risco de diabetes. Contudo, um fator que você talvez não tenha considerado ao buscar atingir sua meta diária de passos é que a velocidade da sua caminhada também pode ser vista como um sinal vital.
O que são sinais vitais?
De acordo com a Dra. Marie Therese Kanagie-McAleese, sinais vitais “fornecem informações sobre o funcionamento fisiológico básico do corpo.” São verificações realizadas durante consultas anuais, como temperatura corporal, frequência cardíaca, taxa de respiração e pressão arterial. A saturação de oxigênio, que mede quanto oxigênio seu sangue está transportando, também é frequentemente incluída, assim como o peso, embora este último seja tema de debate.
Esses sinais vitais oferecem um panorama geral da sua saúde e podem ajudar a identificar possíveis problemas, mas é importante lembrar que um sinal fora do padrão não significa necessariamente que há um problema maior.
Qual é a velocidade média das pessoas ao caminhar?
Um estudo de 2020 mostrou que a velocidade ao caminhar varia com a idade e o sexo biológico, com homens caminhando um pouco mais rápido que mulheres. Pessoas com menos de 30 anos caminham a uma média de 4,8 km/h. Entre 30 e 49 anos, a média é de 4,5 km/h. Já indivíduos entre 50 e 59 anos andam a 4,4 km/h, enquanto pessoas acima de 60 anos se deslocam a 4,3 km/h. Após os 65 anos, a velocidade média cai para 3,4 km/h.
Por que a velocidade da caminhada é um indicador de saúde?
Estudos indicam que a velocidade ao caminhar é um marcador viável da saúde. A explicação mais simples é que caminhar rapidamente demonstra boa forma física. Segundo o especialista em gestão da dor Dr. Anthony Giuffrida, pessoas que caminham rápido possuem “boa força muscular, coordenação e função neuromuscular”, além de uma “eficiência cardíaca e pulmonar”.
Por outro lado, dificuldades em caminhar rapidamente podem indicar problemas de saúde, como artrite, doenças cardíacas ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Peggy Cawthon observa que existe uma ligação entre habilidades cognitivas e a capacidade de caminhar rápido. Pessoas com comprometimento cognitivo tendem a caminhar mais devagar.
“Caminhar é uma tarefa complexa”, explica Cawthon. Quem apresenta dificuldades cognitivas pode ter mais problemas para coordenar os passos, o que pode ser um indicativo de doenças como Parkinson.
Por que caminhar mais é importante?
Embora a velocidade da caminhada possa indicar preocupações de saúde, caminhar em si ajuda a prevenir problemas futuros. Caminhar de forma mais rápida intensifica o exercício, melhorando a saúde cardiovascular, acelerando o metabolismo e promovendo a aptidão física geral. A recomendação é de pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, como caminhadas rápidas, além de dois dias de atividades para fortalecimento muscular.
Giuffrida sugere transformar o ato de caminhar em um hábito diário, como pequenos passeios no trabalho ou o uso de escadas no lugar do elevador. Kanagie-McAleese recomenda metas diárias de 4.000 a 7.000 passos, podendo dividi-los em episódios curtos de caminhada rápida.
Diferentes tipos de caminhada e seus benefícios
- Caminhada rápida: Melhora a saúde cardiovascular, queima calorias e aumenta a energia.
- Caminhada intervalada: Alterna entre ritmos rápido e moderado, aumentando a resistência e o metabolismo.
- Caminhada consciente: Foco no presente e no ambiente, reduzindo o estresse e melhorando a saúde mental.
- Trilhas: Caminhar em terrenos irregulares fortalece músculos e melhora o equilíbrio.
- Caminhada nórdica: Com o uso de bastões, envolve a parte superior do corpo, aumentando o gasto calórico.