Astronautas podem, um dia, ter a possibilidade de viajar pela superfície da lua utilizando um trem.
A DARPA, a agência de pesquisa secreta do Departamento de Defesa dos EUA, recebeu a tarefa de descobrir como apoiar astronautas que poderiam em breve viver na lua por períodos prolongados.
Os planos são altamente hipotéticos — atualmente não existem estruturas permanentes na lua e ninguém esteve lá desde 1972.
No entanto, os EUA e outras nações têm o desejo de enviar pessoas à lua novamente, e isso exigiria infraestrutura futurista para fornecer energia confiável, comunicações e transporte.
Como parte dessa missão, a DARPA solicitou à empresa de tecnologia aeroespacial e de defesa dos EUA, Northrop Grumman, o desenvolvimento de um conceito para uma ferrovia lunar.
Se esse projeto se tornar realidade, esse sistema ferroviário poderia ser utilizado para transportar pessoas, suprimentos e carga comercial na lua, conforme anunciou a Northrop Grumman em comunicado na terça-feira.
Embora a empresa não vá construir a ferrovia, ela se dedicará a avaliar se a ideia é viável tanto do ponto de vista físico quanto financeiro.
Será necessário encontrar soluções engenhosas para lidar com a paisagem hostil da lua. A poeira lunar abrasiva, por exemplo, pode danificar trilhos e sistemas de transporte, como anteriormente alertado pela NASA.
Anteriormente, a NASA investigou um conceito de trem magnético levitante chamado FLOAT para contornar esse problema. Nesse conceito, trilhos eletromagnéticos conduziam robôs levitantes carregando carga de um lado para o outro.
O estudo constatou que o conceito era viável, mas demandaria mais investigação, conforme relatado pela Breaking Defense. Ainda não está claro se a Northrop Grumman pretende seguir essa ideia ou desenvolver uma abordagem diferente.
Apesar de soar como ficção científica, essa proposta não é tão fantasiosa quanto pode parecer.
A NASA já tem um plano de longo prazo em andamento para levar pessoas à lua. O programa Artemis iniciou-se com um voo ao redor da lua em 2022.
O objetivo final desse programa é estabelecer astronautas na lua e em Marte, preparando o terreno para a exploração comercial do sistema solar.
Para a próxima missão Artemis, a agência pretende enviar astronautas de volta à lua pela primeira vez em mais de 50 anos, até o final de 2025.
Enquanto isso, parceiros comerciais já estão pensando em maneiras de explorar recursos na lua. Essa iniciativa poderia fornecer materiais de construção, água para impulsionar foguetes em direção a Marte e até mesmo Hélio-3, um isótopo valioso que poderia ser utilizado em reatores de fusão.
Além disso, a NASA e outras agências espaciais estão considerando a possibilidade de implantar reatores nucleares em miniatura na lua para fornecer energia às bases. Os planos também incluem a colocação de satélites de comunicação e GPS na órbita lunar, para permitir que os astronautas naveguem, se comuniquem — e até façam streaming — diretamente da superfície lunar.
No entanto, antes que tudo isso possa acontecer, a NASA precisa resolver o problema de levar astronautas da Terra à lua.