As mudanças climáticas que têm afetado o planeta impactam diversos setores de serviços, com destaque para o fornecimento de água. O calor intenso tem levado a um aumento considerável no consumo de água, impulsionado por práticas como banhos mais frequentes, maior uso para limpeza de casas, calçadas, carros e, principalmente, o uso de piscinas domésticas. Além disso, a ocorrência de chuvas rápidas e intensas, combinada com temperaturas acima das médias históricas e sensação térmica elevada, tem modificado a operação dos sistemas de abastecimento de água em várias cidades do Paraná.
Apesar dos investimentos constantes na ampliação e manutenção dos sistemas de abastecimento de água em todo o estado, algumas regiões enfrentaram picos de consumo que desequilibraram a relação entre produção e demanda. No entanto, na maior parte do Paraná, os sistemas de produção e distribuição de água continuam operando dentro da normalidade. Em algumas cidades, o consumo de água subiu mais de 30% em comparação com o mesmo período do ano passado. Na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba, o volume de água produzida aumentou 33%, o que equivale a um acréscimo de consumo como se a população da cidade tivesse crescido repentinamente em 5,5 mil pessoas.
Em Curitiba, nos dias em que as temperaturas ultrapassaram os 30°C, o aumento no consumo de água foi cerca de 10% maior. Isso significa que, em um único dia, a Sanepar distribuiu 105 milhões de litros de água a mais do que o volume habitual. Esse aumento representa um impacto significativo na capacidade de produção e nos equipamentos de bombeamento, que operam no limite da capacidade. A quantidade adicional de água distribuída seria suficiente para encher 10.500 caminhões-pipa, com capacidade de 10 m³ cada, formando uma fila de mais de 100 quilômetros.
Na região Noroeste do estado, onde cidades como Paranavaí, Umuarama e Maringá registraram temperaturas entre 35°C e 37°C, o consumo de água aumentou, em média, 11%. Na região de Londrina, no Norte do Paraná, o consumo na última semana foi mais de 20% superior à média do ano passado. Com temperaturas acima da média e sensação térmica elevada, o consumo de água pode aumentar de 2% a 5% para cada grau acima dos 30°C. Ele ressaltou que, mesmo com os sistemas operando ininterruptamente, a perda nos níveis de reservação pode afetar a pressão nas redes de distribuição, especialmente em áreas mais altas e distantes.
A população também pode contribuir para a manutenção da regularidade do sistema adotando hábitos de consumo consciente. Entre as recomendações estão evitar o uso de água potável para limpeza de calçadas ou lavagem de veículos, reduzir o número de lavagens de roupa acumulando peças e utilizando a capacidade máxima da máquina, e aproveitar a água de lavagem de roupas para outras atividades, como limpeza de pisos. Banhos mais curtos, de até cinco minutos, também ajudam a economizar entre 70 e 100 litros de água por dia, dependendo do modelo do chuveiro.
Outras práticas recomendadas incluem fechar a torneira ao escovar os dentes, ensaboar as mãos ou fazer a barba, priorizar o uso de vasos sanitários menores e adotar medidas para reduzir o volume de água nas descargas, como colocar uma garrafa PET fechada dentro da caixa de descarga. A identificação de vazamentos na rede de abastecimento também deve ser comunicada imediatamente à Sanepar para evitar desperdícios.
A adoção dessas medidas pode ajudar a garantir a estabilidade do sistema de abastecimento de água, especialmente em períodos de alta demanda causada pelas condições climáticas extremas.
