19.3 C
Paraná
sexta-feira, fevereiro 21, 2025
spot_img
InícioCiênciaAstrônomos encontram um novo exoplaneta habitável

Astrônomos encontram um novo exoplaneta habitável

spot_img

Astrônomos detectaram um exoplaneta relativamente próximo orbitando na zona habitável da estrela dela, onde as temperaturas são ideais para a existência de água líquida na superfície. O planeta, chamado HD 20794 d, foi detalhado em um novo estudo e é suspeito de ser uma “super-Terra”, com cerca de seis vezes a massa do nosso planeta. Ele orbita uma estrela semelhante ao Sol e está localizado a apenas vinte anos-luz de distância, tornando-se um dos mundos potencialmente habitáveis mais próximos já conhecidos.

Embora ainda haja muitas perguntas sobre o planeta e seja cedo para afirmar se ele pode suportar vida, a possibilidade de habitabilidade é promissora. “Para mim, foi uma grande alegria quando conseguimos confirmar a existência do planeta”, disse o astrofísico Michael Cretignier, coautor do estudo. “Foi também um alívio, já que o sinal original estava no limite de detecção do espectrógrafo, então era difícil ter certeza absoluta na época se o sinal era real ou não.” Ele acrescentou que, por estar tão próximo, há “esperança de que futuras missões espaciais possam obter uma imagem dele”.

A presença de exoplanetas nesse sistema estelar foi detectada pela primeira vez em 2011, mas os dados da época eram insuficientes. Foi apenas em 2022 que Cretignier e sua equipe encontraram evidências mais concretas: eles notaram uma “oscilação” no espectro de luz da estrela hospedeira. Uma das técnicas usadas pelos astrônomos para encontrar exoplanetas é buscar por pistas gravitacionais. Assim como a gravidade de uma estrela atrai um planeta, o planeta também exerce uma força sobre a estrela, causando uma oscilação que pode ser detectada. Quando a estrela se move em direção ou para longe de nós, sua luz muda ligeiramente de cor, um efeito que os astrônomos podem observar.

Para confirmar a descoberta, a equipe analisou décadas de dados, incluindo imagens captadas pelo instrumento ESPRESSO, especializado em caçar exoplanetas, localizado no Very Large Telescope, no Chile. “Trabalhamos na análise de dados por anos, gradualmente examinando e eliminando todas as possíveis fontes de contaminação”, explicou Cretignier.

A estrela do planeta, 82 G. Eridani, é uma anã amarela semelhante ao Sol, com cerca de 80% de sua massa. No entanto, ela é mais velha que o Sol e, talvez por isso, um pouco mais fraca. Apesar das características promissoras da estrela, alguns detalhes sobre o planeta recém-descoberto ainda são incertos. A órbita do HD 20794 d é elíptica, não circular como a da Terra, o que significa que a distância entre o planeta e sua estrela varia drasticamente ao longo da trajetória. Isso pode resultar em condições superficiais voláteis, com mudanças extremas de temperatura. No ponto mais distante da órbita, por exemplo, o planeta pode ficar frio o suficiente para congelar água.

Há ainda a possibilidade de que o HD 20794 d não seja uma super-Terra, mas sim um “mini-Netuno”, um mundo gelado semelhante ao planeta Netuno em nosso sistema solar, porém com menos massa. Apesar das incertezas, os astrônomos acreditam que esse vizinho celestial merece atenção especial. “Com sua localização em uma zona habitável e sua relativa proximidade com a Terra, este planeta pode desempenhar um papel crucial em futuras missões que caracterizarão as atmosferas de exoplanetas em busca de bioassinaturas que indiquem potencial para vida”, afirmou Cretignier.

spot_img
spot_img
spot_img

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

hot news

Publicidade

ARTIGOS RELACIONADOS

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui