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terça-feira, dezembro 3, 2024
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Bateria alimentada por bactérias consome metano para cuspir eletricidade

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Ao discutir as mudanças climáticas, o dióxido de carbono suga muito do ar, por assim dizer. Menos atenção é dedicada ao metano, que responde por 20% de todas as emissões de gases de efeito estufa, mas é 80 vezes mais poderoso na retenção de calor.

Você provavelmente já ouviu falar que os peidos de vaca são um grande contribuinte do metano atmosférico (220 libras todos os anos!), mas orgânicos apodrecidos e gás natural também podem expelir metano no ar. Cortar as emissões envolve diminuir nossa dependência de gás natural, reciclar e compostar lixo e fazer com que as vacas peidem menos. Mas um método novo e único pode converter o metano em uma fonte de energia utilizável com a ajuda de um amigo microscópico: as bactérias. A informação é do portal do Daily Beast.

Na terça-feira, uma equipe de pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, publicou um artigo na revista Frontiers in Microbiology, onde eles construíram uma bateria composta por bactérias devoradoras de metano que convertem o gás em eletricidade.

“Isso pode ser muito útil para o setor de energia”, disse Cornelia Welte, microbiologista da Universidade Radboud e coautora do estudo, em um comunicado à imprensa.

Usar bactérias para gerar energia não é um conceito novo. As instalações de digestão anaeróbica (também chamadas de instalações de biogás) capturam gases como metano e dióxido de carbono produzidos por bactérias que digerem resíduos orgânicos. Esse gás é então convertido em calor ou eletricidade – ou atualizado em uma forma de metano que pode ser injetado em gasodutos de gás natural ou usado como combustível para veículos. Atualmente, existem cerca de 2.200 sistemas de biogás em operação nos EUA e quase 50 milhões de digestores em microescala em todo o mundo (principalmente na China e na Índia), de acordo com um relatório de 2019 da Associação Mundial de Biogás.

Mas um problema com essas instalações é que elas não são tão eficientes em termos de energia. “Menos da metade do biogás é convertido em energia, e esta é a capacidade máxima alcançável”, disse Welte.

Para ver se eles poderiam melhorar a eficiência energética, os pesquisadores se voltaram para Candidatus Methanoperedens, uma bactéria que pode ser encontrada em água doce e consome metano para sobreviver – um processo que descasca elétrons. Esses elétrons livres são usados ​​para digerir outro produto químico chamado nitrato, que é feito de nitrogênio e oxigênio.

“Criamos uma espécie de bateria com dois terminais”, disse Heleen Ouboter, microbiologista e coautora do estudo, no comunicado à imprensa. Em um terminal – designado o terminal biológico – os pesquisadores colocaram as bactérias devoradoras de metano, e no outro terminal – um terminal químico – eles colocaram um fluxo de nitrato. Esse fluxo é reduzido gradualmente ao longo do tempo, forçando as bactérias a entregar seus restos de elétrons a um eletrodo que leva a um minirreator. Com essa configuração, os pesquisadores conseguiram converter cerca de 31% do metano fornecido às bactérias em eletricidade.

É impressionante, mas o processo de conversão precisa ser acelerado para ter um impacto valioso no mundo real. E a equipe de pesquisa quer fazer mais testes para ver o quão bem essa bactéria pode realizar a reação em um ambiente natural (até agora, apenas em laboratório). Mas as novas descobertas são um começo promissor, pois tentamos descobrir novas maneiras de compensar as emissões de metano e resfriar nosso planeta.

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