O jornalista político Aroldo Mura conta que nada mais anticristão do que aquelas imagens dos anos 1930, com o papa reinante abençoando as armas que o ditador Mussolini mandava para combater na Abissínia, hoje Etiópia, país que depois faria parte do império italiano da África. A guerra teve condenação da Sociedade das Nações, com exceção da África do Sul.
O alcaide Rafael Greca, vivendo o esplendor de sua obesidade histriônica, mostram as fotos, foi o protagonista da semana de uma cena de todo reprovável: procurou mais uma vez escudar-se na religião para seu projeto de marketing político. Foi um “precioso” presente para celebrar o Dia da Liberdade Religiosa.
O alcaide chamou o diácono, que é guarda-municipal (a cuja ordenação assisti em 2015, no salão de esportes da PUCPR), para abençoar armas num momento em que o papa Francisco é o melhor símbolo do antibelicismo. E num momento em que a Nação reclama por pão e saúde…
Greca, um sabichão, desconhece, no entanto, a história da Abissínia e as bênçãos da Igreja de então às forças do fascismo. Mas ele não tem o direito de envolver o erário municipal, seus funcionários e a imagem da Arquidiocese de Curitiba para seu trampolim eleitoreiro. Nem deveria envolver na empreitada uma figura ainda isenta de crime, o vice Eduardo Slaviero.
Espera-se que o arcebispo Dom Peruzzo se manifeste sobre o assunto. É pouco provável que isso aconteça, dadas suas notórias ligações com o prefeito para quem, em certos momento, é usado como alguém que referendaria políticas da Prefeitura.
Armamento de guerra nas mãos despreparadas dos guardas, tudo pelo contrato que beneficia o atual superintendente que frequenta a mesma loja maçônica que algumas outras figuras de relevo na indigestão da obesidade greca