O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) completou nesta quinta-feira (26) 20 dias de trabalho intenso em União da Vitória, município afetado com a cheia do Rio Iguaçu. As equipes atuaram na preparação da operação e depois em resgate e ajuda humanitária. Agora, junto com representantes do município, a força-tarefa prepara a limpeza da cidade e o retorno da população para suas residências, o que ainda depende das condições do tempo. Caso não haja nova elevação do nível do Rio Iguaçu, isso deve ocorrer a partir da próxima semana.
Atualmente, cerca de 30 bombeiros militares atuam com reforço de profissionais do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), de Curitiba, que foram deslocados até a região. O Corpo de Bombeiros já estava envolvido nas medidas de preparação para lidar com as inundações mesmo antes dos temporais do início do mês, que fizeram o nível do Rio Iguaçu atingir picos acima de 8 metros, chegando a 8,38 metros, no dia 20 (sexta-feira).
Presente desde o início da operação, o comandante do 10º Subgrupamento de Bombeiros Independente, major Jorge Augusto Ramos, explica que nessa fase as pessoas precisam tomar um cuidado maior, protegendo mãos e pés para evitar infecções e doenças típicas de um pós-enchente.
“Vamos entrar numa fase mais delicada, na qual a comunidade fica apreensiva por conta do cenário, devido à sujeira e o lodo que se instalam após as inundações. Além da possibilidade de ter a presença de animais peçonhentos, que podem ter sido trazidos pela enxurrada e ficado dentro e embaixo das casas”, explicou. “Esse processo de limpeza deve levar entre 20 a 30 dias e contará com o suporte da corporação até o fim”, afirma.
O Corpo de Bombeiros vai fornecer apoio de materiais e caminhões de combate a incêndio, que serão utilizados para limpeza de ruas e prédios públicos.
Segundo o capitão André Schulmeister Fonseca, comandante da 3ª Seção de União da Vitória, que pertence ao 10° Subgrupamento de Bombeiros Independente (10º SGBI), a orientação é aguardar até o próximo fim de semana, quando as chuvas devem ser mais fortes e volumosas, para observar a reação do Rio Iguaçu.
“Pela medição da Copel, o rio está baixando de maneira contundente, já está a menos de 8 metros desde terça-feira. Se as chuvas do fim de semana não mudarem isso, podemos ter um retorno cauteloso dos moradores”, explica.
O trabalho está concentrado em atividades de salvamento de animais e na prestação de ajuda humanitária, incluindo a entrega de cestas básicas, remédios e outros suprimentos para pessoas que estão ilhadas em suas casas. “Toda a gestão da operação tem sido feita em conjunto com a prefeitura da cidade. A parte não emergencial eles fazem a triagem e nos passam as demandas que precisam”, ressaltou o capitão.