Na noite de quarta-feira (13), um homem se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) , em Brasília, causando grande apreensão nas esferas política e jurídica da capital federal. O incidente ocorreu quase dois anos após os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes.
O responsável pelas explosões no STF foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, um chaveiro natural de Santa Catarina, que também era o proprietário do carro usado nas explosões em Brasília. Francisco se explodiu e veículo estava estacionado a cerca de 300 metros da Esplanada dos Ministérios. Francisco havia se candidatado a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Rio do Sul (SC), mas não se elegeu.
Na madrugada desta quinta-feira (14), um imóvel em Ceilândia, região administrativa de Brasília, foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que realizou buscas e uma varredura na residência de Francisco, após identificá-la como “possível endereço” do homem. Durante as investigações, artefatos suspeitos foram encontrados, e o Grupo Especializado em Bombas e Explosivos (GBE) foi acionado. Cães farejadores da Polícia Militar também foram empregados na busca por materiais explosivos. Uma van branca, equipada com dispositivos de segurança e especialistas em desarmamento de bombas, foi enviada ao local por volta das 2h30.
Durante a operação, foram ouvidas duas explosões controladas, que visam neutralizar possíveis artefatos explosivos. Relatos de policiais na área indicaram que o imóvel estava bagunçado, com objetos espalhados por todos os lados, o que levantou ainda mais suspeitas sobre o envolvimento de Francisco com atividades ilícitas.
O suspeito, antes das explosões, havia feito publicações nas redes sociais em que fazia referência a bombas e explosões, ameaçando a Polícia Federal. “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, escreveu em uma postagem no Facebook.
No episódio da explosão em frente ao STF, o segurança Natanael Carmelo, que estava de plantão, testemunhou os momentos que antecederam o ato. Segundo seu depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, Francisco Wanderley chegou à Praça dos Três Poderes com uma mochila, demonstrando comportamento suspeito em frente à estátua da Justiça. Ele retirou de sua mochila um extintor, uma blusa, e começou a lançar alguns artefatos em direção à estátua.
Ao perceber um objeto que parecia um relógio digital, o segurança desconfiou de que fosse um explosivo e tentou se aproximar. Francisco, então, abriu a camisa e, com atitude ameaçadora, advertiu os seguranças para que se afastassem. Após isso, ele lançou o artefatos, que explodiram. Por fim, Francisco deitou no chão, acendeu a última bomba e deitou a cabeça nela, como um travesseiro, aguardando a explosão fatal.