Cientistas modificaram geneticamente a cana-de-açúcar e o sorgo para aproveitar o aumento dos níveis de dióxido de carbono, permitindo que essas culturas cresçam mais.
Para alcançar esse objetivo, os pesquisadores focaram na enzima Rubisco. As plantas utilizam a Rubisco para capturar dióxido de carbono, essencial no processo de fotossíntese. Contudo, a Rubisco pode, ocasionalmente, consumir oxigênio em vez de dióxido de carbono, o que reduz o crescimento das plantas. Com o aumento de dióxido de carbono na atmosfera causado pelas atividades humanas, a eficiência da Rubisco melhora, permitindo que as plantas capturem mais carbono e cresçam mais rapidamente.
No entanto, o aumento dos níveis de dióxido de carbono não beneficia todas as plantas de forma igual. Algumas espécies, como milho, cana-de-açúcar e sorgo, já são altamente eficientes porque evoluíram com uma bomba que concentra o dióxido de carbono em suas células. Essas plantas são menos limitadas pela quantidade de dióxido de carbono disponível no ar e mais pela quantidade de Rubisco presente em suas folhas.
Em um novo estudo, cientistas miraram nessas espécies, ajustando seus genes para produzir mais Rubisco. Estudos anteriores já haviam demonstrado que esse ajuste acelerava o crescimento do milho em laboratório. A nova pesquisa examinou o impacto dessa técnica no sorgo cultivado ao ar livre, descobrindo que o aumento da Rubisco ampliou seu crescimento em 16%, em média. O efeito foi ainda maior em cana-de-açúcar cultivada em estufas, de acordo com o estudo, que ainda não foi revisado por pares.