Cientistas conseguiram criar corais mais resistentes ao calor, demonstrando pela primeira vez que esses organismos podem se adaptar melhor ao aquecimento em apenas uma geração.
Ao cruzar corais com maior tolerância ao calor, os pesquisadores produziram descendentes capazes de suportar um aumento de 2,5°C por um mês, ou 3,5°C por 10 dias. Embora esses avanços sejam pequenos diante da crescente gravidade das ondas de calor oceânicas, o estudo sugere que a tolerância ao calor pode ser herdada. Isso indica que a seleção genética pode ser uma ferramenta promissora para ajudar os corais a se adaptarem às mudanças climáticas.
Os cientistas afirmam que é necessário mais estudo para identificar quais genes ajudam os corais a lidar com o calor e qual tipo de tolerância deve ser priorizada. Os autores do estudo destacaram que “os corais que sobrevivem melhor ao estresse térmico curto e intenso não são necessariamente os melhores em resistir a ondas de calor marinhas prolongadas.” O próximo passo é testar como os corais seletivamente criados reagem a essas ondas de calor no ambiente natural.
Liam Lachs, pesquisador e coautor do estudo, enfatizou que a redução das emissões globais é crucial para dar aos corais tolerantes ao calor uma chance real de sobrevivência. Ele ressaltou: “Este trabalho mostra que a seleção genética é viável, mas não é uma solução milagrosa.”
