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Como as sociedades africanas da antiguidade lidavam com pandemias?

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Pandemias como a Peste Negra, gripe espanhola e agora a covid-19 têm um impacto dramático na sociedade humana. Os arqueólogos estudam essas doenças em populações passadas através de evidências como layout de assentamentos, sepulturas, restos funerários e esqueletos humanos.

Por exemplo, sabemos que epidemias levaram ao abandono de assentamentos em Akrokrowa, Gana, no século 14, e que 76 túmulos de bebês em Mapungubwe, África do Sul, sugerem uma pandemia por volta de 1000 d.C. Insights arqueológicos e históricos também revelam estratégias que sociedades adotaram para lidar com pandemias, como queimar e mudar assentamentos, dispersar moradias para distanciamento social, e tabus contra tocar os mortos para evitar a transmissão de doenças.

O distanciamento e o isolamento se tornaram práticas fundamentais durante a covid-19. Pela arqueologia, sabemos que essas mesmas medidas foram críticas para gerenciar pandemias em sociedades africanas históricas. Os shona, no Zimbábue atual, isolavam os doentes com doenças infecciosas em estruturas residenciais temporárias, com pouquíssimo contato. Em alguns casos, os corpos eram queimados para evitar a propagação do contágio.

Embora os humanos tendam a relaxar depois das calamidades, os dados arqueológicos sobre como o conhecimento indígena ajudou sociedades antigas a lidar com doenças e pandemias podem lembrar formuladores de políticas de diferentes maneiras de preparar as sociedades modernas.

As pesquisas no assentamento urbano antigo de K2, em Mapungubwe, lançam luz sobre pandemias passadas. Um número incomum de 94 sepulturas, 76 delas de bebês, indica uma taxa de mortalidade de 5% que levou ao abandono repentino do local por volta de 1200 d.C., provavelmente devido a uma pandemia.

Evidências em Gana mostram que assentamentos eram abruptamente abandonados após séculos de ocupação estável, coincidindo com a devastação da Peste Negra na Europa. As comunidades não reconstruíam casas ou geravam lixo, simplesmente se mudavam para viver em outro lugar.

A análise revelou que essas antigas comunidades africanas adotaram várias estratégias contra pandemias, como queimar assentamentos para desinfecção antes de reocupá-los ou mudar para novas localizações. A dispersão das moradias permitia distanciamento com cooperação. Os comportamentos eram complementados por dietas diversificadas que fortaleciam o sistema imunológico.

As implicações de longo prazo eram que as populações se organizavam para conviver com doenças, gerenciando-as com boas práticas de higiene, saneamento e controle ambiental. A vida não parava, as pessoas tomavam decisões para conviver com as pandemias.

Algumas dessas lições podem ser aplicadas à covid-19, orientando decisões para proteger os vulneráveis enquanto permitem a continuidade de atividades econômicas e outros aspectos. Como evidenciado pelo passado, o comportamento social é a primeira linha de defesa contra pandemias e deve ser considerado ao planejar o futuro pós-pandêmico.

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