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quinta-feira, novembro 14, 2024
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Como é feito o papel

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O papel é parte integrante do dia a dia, mas como ele é feito e onde surgiu?

Os antigos egípcios criaram uma versão inicial de papel vegetal usando papiro — origem da palavra “papel”. Eles extraíam fibras do caule do papiro (Cyperus papyrus), uma planta de junco que pode atingir até 5 metros de altura. As fibras eram dispostas em camadas, umedecidas e prensadas. As folhas de papiro eram usadas para cartas, documentos administrativos, histórias e textos religiosos.

Há mais de 2.000 anos, na China, foi inventado um processo mais próximo ao que conhecemos hoje: ferviam-se plantas de cânhamo até virarem uma polpa, que era moldada em folhas e secada. Esse método de fabricação se espalhou para o oeste, chegando a Bagdá cerca de 1.400 anos atrás, onde a cidade ficou famosa pela produção de papel e comércio de livros.

O papel então alcançou a Europa, onde, na Idade Média, os europeus produziam papel com trapos de linho e algodão. A primeira fábrica de papel de trapo chegou às colônias da América do Norte em 1690.

Com o tempo, a escassez de trapos levou as fábricas de papel a utilizarem um material mais barato e abundante — a madeira.

Atualmente, o processo de fabricação do papel começa com a extração de árvores como pinheiros, abetos e eucaliptos, que são levadas às fábricas. As máquinas removem a casca, e a madeira é transformada em pequenas lascas, que são fervidas em uma polpa. O tempo de cozimento e os processos subsequentes dependem das características desejadas no papel final, como firmeza e opacidade.

As paredes celulares das árvores são um componente essencial da polpa, pois contêm celulose, um polissacarídeo resistente e flexível. Essas fibras de celulose absorvem bem a água, mantendo-se fortes, o que é ideal para a produção de papel.

Depois de fervida, a polpa é suspensa em água, filtrada sobre uma tela para formar uma folha, prensada para remover água e secada. Antigamente, esse processo era realizado folha a folha, mas agora foi mecanizado para aumentar a velocidade.

Tipos e qualidades de papel variam de acordo com o tipo de polpa, o grau de refinamento, os materiais adicionados e o tratamento químico final, segundo a química e engenheira de papel Ericka Redmond.

“O processo [de fabricação de papel] já está bem estabelecido”, disse Redmond.

No entanto, a indústria do papel enfrenta desafios ambientais. O descarte de efluentes pode liberar poluentes prejudiciais aos ecossistemas e à saúde humana. Por isso, a maioria das inovações busca novas utilidades para os resíduos da produção de papel, visando a sustentabilidade, redução de químicos e menor impacto ambiental.

Muitas fábricas geram sua própria energia e são autossuficientes, segundo Redmond. O vapor da fervura da polpa pode abastecer a fábrica, e resíduos químicos do processo podem ser reutilizados.

Engenheiros de papel estão pesquisando como tornar o processo mais autossustentável, reutilizando resíduos químicos para reduzir a poluição.

À medida que o mundo se digitaliza, o uso de papel para escrita e impressão diminui — mas a demanda por embalagens de papel e papelão segue alta. Com o aumento nas entregas e a troca de sacolas plásticas por de papel, a indústria está focada em aprimorar esses produtos.

Um objetivo é tornar as embalagens recicladas mais fortes e duráveis. Redmond trabalha em revestimentos sustentáveis para embalagens alimentares — como revestimentos compostáveis para o interior de copos de papel, que impedem o vazamento ou desgaste do copo.

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