por Daniel Matos
A recente eliminação da Seleção Brasileira na Copa América para o Uruguai expôs de forma nua e crua a crise que assola nosso futebol. O desempenho pífio, somado à falta de coesão tática e à gestão questionável do técnico Dorival Junior, revela um cenário de desorganização tanto dentro quanto fora das quatro linhas.
Dorival Junior, sem sombra de dúvidas, contribuiu significativamente para o fracasso. Sua hesitação em alterar a equipe, somada à inexplicável exclusão de Pedro, o artilheiro do campeonato brasileiro, ecoa como um sinal claro de desconexão com a realidade do jogo. A decisão de não contar com um jogador em excelente forma, em detrimento de interesses obscuros que permeiam os bastidores, é um golpe na credibilidade do comando técnico.
Mas não é apenas a equipe técnica que merece críticas. Os próprios jogadores parecem mais preocupados com suas imagens pessoais do que com o legado da camisa amarela. Em um momento em que o país deveria estar unido em apoio à seleção, vemos debates acalorados na porta dos hotéis e um afastamento crescente entre os atletas e os torcedores, que sofrem com a decepção contínua.
A figura de Neymar, por mais controversa que seja, é emblemática nesse contexto. Sua ausência em campo foi profundamente sentida, não apenas pela sua habilidade técnica singular, mas também pela liderança e pelo compromisso que, muitas vezes, faltam aos outros jogadores. É inegável que, apesar de todas as polêmicas que o cercam, Neymar continua sendo uma peça-chave nas esperanças da torcida brasileira.
Olhando para o futuro, há uma lacuna evidente entre os desejos dos torcedores e a realidade que se apresenta. A esperança pelo Hexa em 2026, embora persistente, enfrenta um desafio cada vez maior em reconquistar a confiança perdida. O jovem talento de Vinícius Junior, por exemplo, precisa urgentemente mostrar mais consistência e eficácia quando veste a amarelinha, algo que até agora tem sido irregular.
Em suma, a atual crise da Seleção Brasileira não é apenas um reflexo do desempenho em campo, mas também da bagunça generalizada que permeia toda a estrutura do nosso futebol. É preciso uma reformulação profunda, tanto nas práticas de gestão como na mentalidade dos jogadores, para que possamos novamente ver nossa seleção brilhar no cenário internacional. Enquanto isso, resta-nos torcer, criticar com justiça e exigir mudanças que resgatem o orgulho perdido dos brasileiros apaixonados pelo futebol.