Dados da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) revelam que de janeiro a abril deste ano, 9.950 pessoas foram internadas no estado para tratamento de pneumonia ou influenza, resultando em uma média diária de 82 internações e 1.521 mortes. Estes números ressaltam a necessidade de reforçar os cuidados com essas doenças durante os meses mais frios, quando os casos tendem a aumentar.
Em comparação, no mesmo período de 2023, a média diária de internações foi de 91, com 1.145 óbitos. Ao longo de todo o ano passado, os sistemas de informação do SUS registraram 3.694 internações e 4.409 mortes.
A prevenção dessas doenças pode ser feita por meio da vacinação, hidratação adequada e manutenção de ambientes ventilados. “Os casos de pneumonia tendem a aumentar no inverno”, afirma Acácia Nasr, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa. “Os meses de junho e julho são mais frios, o que reduz a imunidade das pessoas e eleva o risco. Por isso, é essencial ficar atento aos sintomas, manter-se hidratado, evitar contato com pessoas sintomáticas e seguir as orientações de etiqueta respiratória”.
A etiqueta respiratória inclui o uso de máscaras cirúrgicas em caso de coriza ou tosse, higienização frequente das mãos com água e sabão, cobrir boca e nariz com um lenço ao tossir ou espirrar, e descartar o material imediatamente, além de garantir a ventilação dos ambientes.
Atenção Básica
Em caso de suspeita de pneumonia ou gripe, os usuários do SUS devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, onde serão avaliados pelas equipes médicas. Se necessário, o paciente pode ser encaminhado para uma unidade de referência para tratamento intensivo.
Atendimentos em Números
Segundo a Divisão de Saúde da Família da Sesa, em 2023, houve 227.988 atendimentos na Atenção Básica à Saúde (APS) relacionados a pneumonia e gripe. Em 2024, até maio, foram registrados 84.639 atendimentos.
Infecção Pulmonar
A pneumonia é uma infecção dos pulmões, geralmente causada por bactérias. Vírus que causam gripe podem enfraquecer as defesas do corpo, facilitando o desenvolvimento de infecções bacterianas nas vias respiratórias. A progressão da doença pode levar a óbito.
Tratamento
O tratamento da pneumonia varia conforme o agente causador. Nas infecções bacterianas, o uso de antibióticos é comum. Para pneumonia viral, utiliza-se o antiviral oseltamivir, além de medidas de suporte como controle da dor, assistência psicológica, apoio nutricional, reabilitação física, odontologia e medicina integrativa.
Vacinação
Vacinas contra influenza e pneumonia ajudam a reduzir internações e mortalidade. Os imunizantes disponíveis no SUS são:
- Vacina pneumocócica conjugada 10 valente (VPC10): Aplicada de rotina em crianças aos 2 e 4 meses, com reforço aos 12 meses.
- Vacina pneumocócica conjugada 13 valente (VPC13): Disponível gratuitamente, previne cerca de 90% das doenças graves causadas por 13 sorotipos de pneumococos. Indicada para pacientes de alto risco, como portadores de HIV, pacientes oncológicos e transplantados, acima de cinco anos.
- Vacina pneumocócica conjugada 23 valente (VPC23): Destinada a povos indígenas e pessoas a partir de 60 anos, especialmente aquelas acamadas ou em instituições como casas geriátricas e hospitais. Também indicada para pessoas com comorbidades como imunodeficiência, implante coclear, doenças renais crônicas, pneumopatias graves, cardiopatias crônicas, hepatopatias crônicas, doenças neurológicas incapacitantes, trissomias, diabetes e outras condições de depósito.
- Vacina contra a influenza: Disponível desde 2 de maio para todos acima de seis meses. Faz parte da campanha contra a gripe, distribuída nas unidades de saúde municipais.