A Justiça do Paraná decidiu, nesta quinta-feira (26), não aceitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra os advogados Claudio Dalledone Jr. e Renan Pacheco Canto. Os defensores foram acusados de desacato e desobediência em relação à juíza Carolina Valiati da Rosa durante o julgamento de Everton Vargas, réu pelo assassinato da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, de apenas 14 anos, ocorrido em Pontal do Paraná.
A denúncia, divulgada no dia 19, veio aproximadamente duas semanas após a condenação de Vargas a 14 anos de prisão pelo crime, que envolveu um disparo na cabeça da adolescente. O Ministério Público alegou que os advogados teriam desrespeitado a juíza, se aproximando dela de maneira intimidatória, gritando e insinuando que ela estaria utilizando sua condição de mulher para influenciar os jurados contra a defesa. Também foram mencionadas desobediências às ordens da magistrada, que havia solicitado que os defensores moderassem o tom de voz e se comportassem adequadamente.
No entanto, na decisão desta quinta-feira, o juiz substituto Andrei José de Campos afirmou que não havia “indícios que justificassem a aceitação da denúncia” e que a juíza se comportou de maneira profissional durante os quase cinco dias de um julgamento conturbado. Ele também ressaltou que a própria juíza não percebeu a ocorrência dos crimes citados, uma vez que poderia ter prendido os advogados durante o processo. Além disso, o Ministério Público não solicitou a prisão de Dalledone e Pacheco durante a sessão.
O advogado Claudio Dalledone Jr. declarou que o promotor Rodrigo Sanches Martins estaria buscando uma “vingança pessoal”.