A 1ª Mostra de Processos Criativos do Coletivo Adega Teatral, que fomenta e debate o fazer nas artes cênicas até 30 de julho, em Curitiba, homenageia o ator, diretor, cenógrafo e dramaturgo curitibano Enéas Lour. Prestes de completar 50 anos de carreira, Lour tem boa parte de sua trajetória alinhada ao Teatro Zé Maria, que faz parte do Centro Cultural Teatro Guaíra.
Nesta quarta-feira (26), a Mostra de Processos Criativos do Coletivo Adega Teatral, aborda “O Andarilho”, texto inédito de Lour, um monólogo sobre aquele que vaga pelos mundos e nos desperta curiosidade acerca das razões que o levam nessa caminhada. Gratuito, o espetáculo é apresentado às 20 horas, no Auditório Glauco Flores de Sá Brito, Miniauditório do Teatro Guaíra. Não há necessidade de emissão de ingressos, basta chegar com antecedência para garantir o lugar.
Sua trajetória reúne 48 peças escritas, 30 delas encenadas. “É uma obra significativa. Fiquei muito feliz e me senti muito honrado com a homenagem nesta iniciativa brilhante da mostra, que abre o processo criativo para o público”, afirma o dramaturgo.
Sobre seu próprio processo criativo, a prioridade atual é escrever. “Todo dia eu acordo e, tomando meu café, escrevo. Encaro como uma obrigação diária minha profissão. Algumas coisas eu coloco na rede social e outras eu guardo”, conta Lour. O cenário é inspirador. “Escrevo na minha casa em São Luiz do Purunã, que fica próxima da nascente do Rio Tamanduá, um lugar muito bonito, é uma delícia.”
Em “O Andarilho”, um dos criadores e idealizadores do Coletivo e da Mostra Adega Teatral, o ator Thadeu Peronne faz a leitura acompanhado da viola de Beto Collaço. “Quando pensei nesse projeto, e o Enéas aceitou o convite de participar para escrever e dirigir, fiquei muito animado. Estamos trabalhando há um ano e meio e esse convívio me despertou para fazer essa homenagem simples, mas muito válida”, afirma.
“O Enéas é um ser humano guerreiro, um homem de teatro de talento enorme. Ele está sempre vibrando, intenso, e trazendo novidades. É um grande exemplo para nós artistas”, destaca Peronne.
Quatro textos da autoria do homenageado foram escolhidos, sendo dois inéditos, para apresentação na Mostra, desde o dia 18 deste mês, no Miniauditório do Teatro Guaíra.
Na terça que abriu o evento, o público acompanhou gratuitamente dois textos já premiados pela Fundação Cultural de Curitiba: “Dora Desabalada”, com Silvia Monteiro, Mazé Portugal, Brígida Menegatti e Leonardo Goulart, e “Reivalino e Dagoberto”, com o próprio Enéas Lour e Thadeu Peronne.
Na última das “Terças com Enéas Lour – leituras dramáticas” foram apresentados: “O Boca Rosa”, com Marwem HD e Ana Paula Taques, e “Os Psicólogos não choram”, com Edu Règnier, Mazé Portugal e Cícero Lira.