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domingo, julho 7, 2024
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Entra a maconha, sai o álcool. A Geração Z está mudando de hábitos?

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Com a legalização da maconha recreativa agora em vigor em 24 estados americanos, a Administração Antidrogas dos EUA está avançando para reclassificar a droga para uma categoria menos perigosa sob a Lei de Substâncias Controladas. No Brasil, um passo em direção a esse patamar foi dado com as atenuantes do Supremo Tribunal Federal (STF), e a possibilidade de venda no futuro em estabelecimentos selecionados e com taxação.

Nos Estados Unidos, onde em alguns Estados a droga é vendida em mercados especializados, esse movimento coincide com um cenário em que o número de usuários diários de maconha superou pela primeira vez os que consomem álcool diariamente, de acordo com um novo relatório de pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon. Enquanto isso, no Brasil, o consumo de álcool continua alto, mas tornou-se comum nas ruas e ao redor de bares, o consumo, com a polícia diminuindo a repressão.

Essa mudança de preferências é impulsionada principalmente pelos jovens. Segundo uma pesquisa de 2022 da New Frontier Data, 69% das pessoas entre 18 e 24 anos preferem maconha ao álcool.

O Work ‘N’ Roll, um espaço de trabalho compartilhado no centro de Nova Iorque, está entre as organizações que esperam capitalizar essa tendência entre os jovens trabalhadores. Por apenas US$ 15, os frequentadores podem usufruir enquanto trabalham.

“Aqui, nós fumamos porque isso melhora nosso trabalho. Esse é o nosso ingrediente secreto”, disse Matthew Everett, um cliente do Work ‘N’ Roll.

“Eu mudei para a cannabis porque percebi que há possibilidades ilimitadas com os sabores”, acrescentou. “E eu percebi que não tenho ressaca no dia seguinte também.”

As vendas de maconha entre as mulheres da Geração Z mais que dobraram desde o início da pandemia de covid-19 em 2020, de acordo com a Headset, uma empresa de análise de cannabis.

No Work ‘N’ Roll, o álcool é proibido, mas é perfeitamente aceitável trazer sua própria cannabis ou recebê-la em sua porta.

No entanto, nem todos veem o aumento do uso de maconha como algo positivo, incluindo o psiquiatra Colin Reiff.

Reiff cita um estudo recente do Instituto Nacional de Saúde que relaciona o consumo excessivo de cannabis com a esquizofrenia entre alguns jovens, especialmente homens, numa idade em que seus cérebros ainda estão em desenvolvimento.

“A idade legal para o uso de cannabis deveria ser em torno dos 33 anos, quando as pessoas estão fora do risco de desenvolver esquizofrenia e transtorno bipolar, entre outras coisas”, disse Reiff. “Ou pelo menos após os 26 anos, quando o córtex pré-frontal termina de se desenvolver.”

A cannabis também se tornou mais potente ao longo dos anos. O nível médio de THC, o principal composto da maconha que causa seus efeitos psicoativos, saltou de 4% em 1995 para mais de 15% em 2021, um aumento de quatro vezes, de acordo com os últimos números do projeto de monitoramento de potência da Universidade do Mississippi.

Mas para Everett, esses números não contam toda a história.

“Com o tempo, à medida que comecei a educar mais meus pais, eles começaram a entender que a cannabis era menos prejudicial para o meu estilo de vida do que o álcool, e até consegui que experimentassem”, disse Everett.

Quando questionado sobre a experiência de seus pais, Everett afirmou: “Eles gostaram. Minha mãe, que teve câncer, encontrou alívio para alguns de seus sintomas, e meu pai achou muito divertido”.

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