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Erva-mate inspira parcerias entre museus do Paraná

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A exposição “Narrativas e Poéticas do Mate”, está no Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões, na João Gualberto, manterá em cartaz até maio de 2022 exibição o “Circuito Ampliado: Acervos em Circulação”. Também integra o mesmo programa “Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta”, no Museu Paranaense, sem data de encerramento.

O programa “Circuito Ampliado: Acervos em Circulação” foi criado em cooperação entre o Mupa e a instituição cultural mantida pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O objetivo é a integração entre diferentes instituições a fim de incentivar a pesquisa em acervos, estimular novos recortes curatoriais e ampliar o acesso de públicos diversos com a movimentação dessas coleções por outros centros expositivos.

O primeiro projeto foi a série de exposições sobre o contexto histórico e cultural da erva-mate no Paraná. Em fevereiro de 2021, foi inaugurada a exposição de longa duração “Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta”, composta por obras, objetos e documentos históricos relacionados à erva-mate sob a perspectiva dos saberes e usos dos povos indígenas do Sul, em cartaz no Mupa.

A coordenadora do Espaço Cultural BRDE, Rafaela Tasca, explica que o interesse em receber no Palacete dos Leões os retratos originais, executados pelo pintor Alfredo Andersen, dos primeiros moradores do edifício histórico, Agostinho Ermelino de Leão Junior e Maria Clara Abreu de Leão, fundadores da empresa Matte Leão, desencadeou o processo de planejamento desse projeto, resultando na exposição “Narrativas e Poéticas do Mate”.

“Uma característica desse projeto sobre a erva-mate foi o envolvimento da nossa equipe no processo de planejamento e curadoria, algo realizado anteriormente em ocasiões como as mostras do acervo de obras do BRDE. A partir de nossos 15 anos de atuação, passamos a incluir na programação mais ênfase no contexto histórico-cultural ligado à existência do Palacete”, ressaltou a coordenadora.

“Narrativas e Poéticas do Mate” foi dividida em eixos temáticos ambientados ao longo das salas do Palacete do Leões. O eixo denominado “Trânsitos Culturais” apresenta rótulos e medalhas concedidos às comissões paranaenses em feiras internacionais e industriais. Entre elas, a Exposição Internacional da Filadélfia de 1876, que contou com a presença do imperador Dom Pedro II. Além da Filadélfia (Pensilvânia), Rio de Janeiro, Turim (Itália) e Bruxelas (Bélgica) foram alguns dos destinos da erva-mate paranaense.

Nessa sala também são apresentados rótulos ervateiros provenientes do acervo do Mupa. Conforme explicação da pesquisadora Cecília Bergamo, que compôs a equipe de curadoria, esses rótulos são peças que, apesar de sua existência efêmera, foram fundamentais na construção de um imaginário ervateiro.

“O surgimento da indústria litográfica e a utilização dessa nova técnica, menos artesanal, garantia volume e novos recursos visuais, com formas e cores modernas”, explicou a pesquisadora.

A sala botânica apresenta duas exsicatas (exemplar vegetal dessecado prensado) de Ilex paraguariensis coletadas pelo professor Gerdt Hatschbach, provenientes do acervo do Museu Botânico de Curitiba, além de um exemplar do livro do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, traduzido por David Carneiro, e uma obra sonora com memórias ervateiras. As duas salas seguem abertas à visitação no Palacete dos Leões.

Integraram essa primeira fase do programa, além das exposições já citadas, outras mostras de curta duração como “Andersen e a Erva-Mate”, com paisagens, retratos e outras cenas pintadas pelo artista, e a instalação site-specific “Verde é o Verde”, da artista Eliane Prolik. Essa última estimulou os sentidos da visão e do olfato com dois grandes blocos cobertos com folhas de erva-mate que exalavam o aroma característico e, ao longo dos dias, foram perdendo o verde e assumindo o tom marrom.

O objetivo desse projeto foi ampliar as percepções sobre o patrimônio ervateiro a partir da perspectiva histórica, antropológica, artística e cultural. O programa propôs uma pluralidade de ações, desenvolvendo a curadoria das duas exposições, além de uma série de podcasts com entrevistas com pesquisadores sobre a erva-mate, disponíveis nas redes sociais do Mupa e do Espaço Cultural BRDE.

OUTRAS PARCERIAS – A pandemia da Covid-19 suspendeu as atividades de centros culturais e museus em 2020, porém, com a diminuição de casos e decretos menos restritivos, o Palacete dos Leões retornou gradualmente as atividades, com agendamento de visitas pela internet e certificação de boas práticas dos protocolos sanitários, com intuito de preservar a segurança dos colaboradores e de seus visitantes.

Em agosto, o espaço foi reaberto com as exposições “O Que Resta”, individual da artista Teca Sandrini e “Mãe Mar” da artista Lívia Fontana, ambas selecionadas pelo Programa de Artes Visuais.

O calendário de exposições foi encerrado com a “I Mostra Visões da Arte”, com obras de artistas associados a duas entidades culturais do Paraná, Accur e Apap/PR, e co-realizada pelo BRDE e a Associação Comercial do Paraná.

O Palacete dos Leões sediou ainda o Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses 2021 promovido pela Ocepar e duas atividades que celebraram a atuação com a juventude: a reunião do Conselho da Juventude do Paraná e do Youth Action Hub – CWB, iniciativa vinculada à ONU e alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à divulgação da Agenda 2030.

No conteúdo online destaca-se a produção de vídeos exclusivos para acesso remoto de professores da rede municipal de ensino durante a 12ª Semana de Arte, Cultura e Literatura da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, com ênfase em conteúdos sobre artes visuais, arquitetura e patrimônio cultural.

Serviço:

Programa Circuito Ampliado – Acervos em Circulação

Narrativas e Poéticas do Mate

Até maio de 2022

Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões

Visitação: somente com agendamento (www.brde.com.br/palacete)

Av. João Gualberto, 570, Alto da Glória – Curitiba

Entrada gratuita

Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta

Sem data de encerramento

Museu Paranaense (MUPA) – Sala 11

Horário de visitação: de terça a sexta, 9h às 17h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h

Rua Kellers, 289, Alto São Francisco – Curitiba

Entrada gratuita

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