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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Fila para transplantes de órgãos é de 3,8 mil pessoas

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O Paraná se destaca no cenário nacional como o estado com o maior número de doações de órgãos por milhão de habitantes (pmp). Entre janeiro e março de 2024, o estado registrou 41,6 doações pmp, superando Rondônia (40,5), Santa Catarina (39,4) e Rio de Janeiro (26,9). A média nacional nesse período foi de 19,1 doações pmp, conforme o Relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

Nos primeiros seis meses do ano, o Paraná contabilizou 648 notificações de potenciais doadores, resultando em 242 doações efetivas — o maior número já registrado no estado. Curitiba liderou com 234 notificações e 98 doações, seguida por Cascavel, com 148 notificações e 57 doações, Londrina com 147 notificações e 41 doações, e Maringá com 119 notificações e 46 doações.

Apesar do bom desempenho no Paraná, a ABTO apontou uma queda nos indicadores nacionais em comparação a 2023, quando o país atingiu números recordes de transplantes. Esse cenário reforça a importância de campanhas como o “Setembro Vermelho”, dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos e tecidos.

A campanha de setembro foi instituída pela Lei Estadual nº 18.803/2016, proposta pelo ex-deputado Nereu Moura, que permite ao Poder Público, em parceria com a iniciativa privada e entidades civis, promover ações educativas para aumentar a conscientização da população sobre a importância da doação.

Outra iniciativa relevante é a Lei Estadual nº 18.583/2015, de autoria do ex-deputado Dr. Batista, que estabeleceu a Semana de Conscientização da Doação de Órgãos e Tecidos, realizada anualmente na última semana de setembro. O objetivo é combater a desinformação e incentivar a solidariedade por meio do gesto humanitário da doação.

No âmbito federal, a Lei nº 11.584/2007 instituiu o dia 27 de setembro como o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data em que estados e municípios de todo o país promovem campanhas de sensibilização e esclarecimento sobre o tema.

Família

O Paraná também possui a menor taxa de recusa familiar no País, segundo a ABTO. Houve ainda uma redução em relação ao ano passando quando foram 122 (27% das notificações) no primeiro semestre de 2023, para 103 recusas (25%) no mesmo período de 2024.

No Brasil, para ser um doador, é importante conversar sobre esse desejo com a família, que desempenha um papel de extrema importância nesse contexto, uma vez que a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar.

A estimativa é de que praticamente metade das famílias entrevistadas pelas equipes de saúde rejeitaram doar os órgãos após a morte dos potenciais doadores. Entre as justificativas mais comuns, estão a incompreensão sobre a morte encefálica, questões religiosas e a rejeição em esperar por um prazo maior para entrega do corpo.

Os órgãos doados são disponibilizados para pacientes que precisam de transplantes e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

No Paraná, 3,8 mil pessoas aguardam por um transplante, sendo a maioria por transplantes de rim (2.134 pessoas), seguido por córneas (1.420), fígado (245), coração (41), rim/pâncreas (19), pulmão (10) e pâncreas (2).

A coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), Juliana Ribeiro Giugni, ressalta que o processo de doação e transplante é um trabalho cuidadoso e colaborativo que envolve diversos profissionais. Eles atuam desde a identificação do potencial doador, diagnóstico de morte encefálica, acolhimento, entrevista da família, a organização da distribuição dos órgãos e da logística de transporte dos órgãos, do doador até o hospital onde serão realizados os transplantes.

Ferramenta

Para aumentar o número dos transplantes de órgãos no Brasil, uma nova ferramenta foi lançada esse ano. Trata-se da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo), pela qual qualquer pessoa pode registrar em cartório — de forma on-line, rápida e gratuita — o desejo de doar os órgãos depois de morrer.

A nova ferramenta, que é resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Justiça e o Colégio Notarial do Brasil, permite que familiares consultem o sistema e saibam se o ente falecido desejava ser doador. Para fazer o registro, basta acessar o site da Aedo.

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