Uma reunião da Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar) com o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri. Realizado na sede da Amepar, reuniu os prefeitos dos 22 municípios que fazem parte da associação, deputados federais e estaduais, vereadores e outras autoridades para discutirem projetos ambientais.
Durante a ação, Verri apresentou aos participantes uma nova iniciativa da Itaipu, com foco no financiamento, por parte da empresa binacional, de projetos de sustentabilidade ambiental. Esses projetos poderão ser apresentados por todos os 399 municípios do Paraná e 35 municípios sul-mato-grossenses cujos rios desaguam no reservatório da Usina de Itaipu.
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, destacou a importância histórica da iniciativa e da visita do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, à cidade, para conversar com os prefeitos da região. “É um fato histórico que nunca aconteceu nos cinquenta anos de história de Itaipu, no sentido de descentralizar essa que é uma das maiores empresas públicas do mundo e destinar recursos às cidades do Paraná para projetos socioambientais. Londrina está se preparando e vai apresentar vários projetos, para que a gente possa captar esses investimentos através dessa parceria e com isso levar melhorias na qualidade de vida para a nossa população”, frisou.
A medida decorre de uma alteração na política de destinação dos recursos financeiros direcionados a fins socioambientais embutidos na tarifa de energia elétrica. Anteriormente, esses recursos eram destinados somente aos municípios da região de Itaipu, mas a empresa decidiu investir em uma política de interiorização e disseminação dessa iniciativa.
Para pleitear os investimentos, os municípios deverão desenvolver seus projetos e apresentá-los de forma eletrônica à Itaipu. As ações serão analisadas pelo corpo técnico da instituição e, se aprovadas, receberão os recursos através de uma conta na Caixa Econômica Federal, que acompanhará a utilização das verbas e realizará trabalhos de fiscalização ambiental.
As prefeituras que aderirem à iniciativa deverão fazer uma contrapartida que pode ir de 5% a no máximo 15% do valor do convênio, com base na receita do município. Será permitida a adesão através de consórcio, reunindo diferentes municípios. Inicialmente, a prioridade na destinação será dada às cidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que enfrentem dificuldades como, por exemplo, um baixo índice de saneamento.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, explicou que a área da sustentabilidade é fundamental para a empresa, pois o objetivo é que o reservatório de Itaipu perdure por 194 anos. Para isso, é preciso investir em ações socioambientais que evitem o assoreamento do lago, e que envolvam os municípios cujos rios desaguam no reservatório.
“Nós vamos investir em diversas áreas incluindo adequações de estradas para evitar erosões, recuperação e proteção de nascentes, equipamentos de gestão de resíduos, sistema de geração fotovoltaica e projetos técnico-executivos de unidades de valorização de reciclagem, entre outros. A Itaipu tem um modelo de gestão que é conhecido como ESG, e que impõe a preocupação ambiental, social e a governança acima de tudo. Esse modelo é baseado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e para nós a questão ambiental é fundamental. Temos que garantir a vida do planeta e, como a Itaipu vive pura e exclusivamente da exploração do ambiente, devemos devolver a qualidade a esse ambiente de que ela tira energia”, salientou Verri.
O presidente da Amepar e prefeito de Arapongas, Sérgio Onofre, elogiou a iniciativa de descentralização da Itaipu e sublinhou que a associação está disponível para fornecer assessoria técnica aos municípios que a integram, com o objetivo de capacitá-los para elaborar projetos. “É essencial a Itaipu sair da região de Foz do Iguaçu e vir para os outros municípios, pois afinal de contas a Itaipu é dos brasileiros, e de todos os paranaenses. Cada município da Amepar tem a sua peculiaridade, mas a associação pode dar suporte técnico aos municípios para que montem os seus projetos e consigam as verbas da Itaipu pra fazer as suas obras”, disse.
O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Alex Canziani, salientou que a Prefeitura de Londrina já vem discutindo outras parcerias com Itaipu. “Recentemente estivemos em Foz do Iguaçu conversando com o Irineu Colombo, que o diretor do Parque Tecnológico de Itaipu, sobre projetos para Londrina. Eu estou muito animado com as perspectivas que nós temos em relação a essas parcerias, e também fico muito feliz com a iniciativa do Enio Verri de apoiar todos os municípios do Paraná, e não só as cidades da região da usina”, concluiu.
Compareceram, ainda, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Angelo Pamplona, e o superintendente da entidade, Rodrigo Geara.