Em 2023, a Itália foi o país com o maior número de casos de violência doméstica contra brasileiras no exterior, totalizando 350 ocorrências, o que representa 22,4% do total de casos registrados. No total, 1.556 mulheres buscaram ajuda das autoridades por esse motivo durante o ano.
Após a Itália, os Estados Unidos ocupam o segundo lugar no ranking, com 240 casos, seguidos pelo Reino Unido (188), Portugal (127) e Espanha (94). Esses dados foram coletados a partir de casos registrados em 186 repartições diplomáticas brasileiras, como embaixadas, consulados e vice-consulados ao longo de 2023, com 48,8% dessas repartições não registrando nenhuma ocorrência.
Chama atenção, no entanto, os dados relativos ao Egito e à Irlanda, que apresentam números de violência doméstica proporcionalmente elevados, considerando o tamanho das comunidades brasileiras nesses países. Enquanto os Estados Unidos concentram 41,7% dos brasileiros no exterior, o Egito tem apenas 0,05% e a Irlanda, 1,6%. Mesmo assim, esses dois países estão à frente, por exemplo, do Paraguai, que recebe 5,2% dos imigrantes brasileiros. Atualmente, cerca de 2,5 milhões de brasileiras vivem fora do Brasil.
Um aspecto importante do levantamento é a violência vicária, que ocorre quando a mulher sofre violência por meio de terceiros, geralmente seus filhos. Esse tipo de violência, que inclui disputas pela guarda e subtração de menores, corresponde a 58% dos casos registrados contra brasileiras. A Alemanha, por exemplo, teve 204 casos em 2023, dos quais 200 estavam relacionados à disputa pela guarda de filhos. Em seguida, aparecem Portugal (199 casos) e Itália (121 casos).
Portugal também lidera o número de casos de subtração de menores, com 18 registros, seguido pelos Estados Unidos (13), Itália (11), Líbano (5) e Reino Unido (4).
Leia também:
Noia é preso ao deixar esposa como moeda de troca em biqueira