Quatro filmes da última safra de produções brasileiras, um deles inédito, vão disputar o Troféu Tropeiro no 14° Festival de Cinema da Lapa, nesta semana a partir de quinta-feira (27). A mostra, já tradicional no calendário brasileiro, é uma das mais importantes celebrações do cinema nacional e certamente um dos melhores festivais do Sul do Brasil. A Lapa, este ano, também homenageia a consagrada atriz Rosamaria Murtinho por toda a sua obra.
“As atrações são muitas”, avisa a coordenadora geral do evento e criadora do Instituto Histórico da Lapa, Maria Inês Borges da Silveira. Criadora do Instituto, ela sabe do que está falando. Tanto a Lapa como cidades vizinhas, que não dispõem de um único cinema, vão poder assistir na tela grande filmes como Perlimps, longa-metragem de animação de Alê Abreu, o mesmo diretor que se consagrou com O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016.
A disputa pelo Tropeiro traz a comédia Desapega!, que tem no elenco Glória Pires, Maísa Silva e Wagner Santisteban e traz ao festival também seu diretor, Hsu Chien, que vai falar sobre direção e produção cinematográfica.
Ainda fazem parte da mostra competitiva o drama Nada é Por Acaso, com direção de Márcio Trigo, filmado parcialmente no interior do Paraná; e o filme de ação paranaense, este inédito, Franco No Trem do Medo, direção de Salete Machado e codireção de Talício Sirino.
Amor à Lapa
Comemorando a volta do festival inteiramente presencial e o prazer da exibição em tela grande, tudo acompanhado por shows, oficinas e mostras especiais, a Lapa também rende homenagem à atriz Nívea Maria, que este ano será apresentadora do evento ao lado do ator Gustavo Piaskoski. Ela estará presente no festival com o filme Capitão Astúcia, e vai participar de um encontro aberto ao público para falar de sua carreira, com mediação de Wagner Santisteban.
Os curtas-metragens têm sua vez na exibição especial de filmes paranaenses em mostra competitiva e sessões especiais, além de mostras competitivas de filmes infantis e infanto-juvenis. Este ano está de volta também a tradicional Sessão da Meia-Noite, com filmes de terror.
“O Festival da Lapa celebra e premia o talento dos profissionais do audiovisual, dando sempre destaque especial para a produção paranaense”, diz o curador da mostra, o cineasta Fernando Severo. Além de trazer a cada ano novas atividades, sempre com a presença de nomes nacionais para o contato direto da plateia, Severo não esconde a emoção de contribuir para a experiência da sessão coletiva com tela grande na sala escura.
“É como uma declaração de amor à Lapa”, declara Maria Inês, ela mesma uma “lapenana enraizada”, como diz, empenhada em incentivar o turismo e a preservação da história da região, uma das ricas do Paraná. Por isso, todas as atividades são inteiramente gratuitas, o que democratiza o acesso da população também de cidades vizinhas a sessões de filmes e oficinas nas áreas mais diversas, e permite o contato direto do público com personalidades do nosso cinema e da TV.
Entre as oficinas oferecidas a de Gravação de Vídeos com o Celular, por Gustavo Piaskoski; Criando Mundos – Fundamentos da narrativa literária e audiovisual, por Marcos DeBrito; e Interpretação Para Cinema e TV, Marcelo Argenta.
E num passo de expansão, o Festival da Lapa vai oferecer em Curitiba uma série de conversas sobre o Cinema Brasileiro, numa parceria com o Cine Passeio. A de direção e produção será com o diretor HsuChien e Andréa Darocha, com mediação de Marden Machado, um dos curadores do Cine Passeio; e outra sobre Cinema de Animação, com Kiko Mistrorigo e Paulo Munhoz, com mediação de Beatriz Vasconcelos, do Projeto de Extensão Animaê, da FAP/Unespar.
A programação completa, horários, serviço e inscrições para as oficinas podem ser feitos através do site www.festivaldecinemadalapa.com