Com a finalidade de abrir espaço para o debate sobre romance de autoria feminina, o projeto mensal “Às vezes, aos domingos” convida Francine Cruz e Samanta Holtz para a vigésima terceira edição on-line.
O encontro acontece em 27 de março, a partir das 17 horas, no canal do YouTube Às vezes, aos domingos. Sem mediador(a), elas vão se entrevistar e ler fragmentos de narrativas.
A curitibana Francine Cruz é autora de 6 livros, entre os quais o romance Amor, Maybe (2011) e o recém-publicado ensaio acadêmico A Obra Poética de Ana Cristina Cesar: Ressignificação do Biografismo.
“Minha literatura é múltipla, percorre diversos caminhos diferentes e não há uma linearidade”, diz Francine, curitibana que ao mesmo tempo em que escreve um romance, também produz contos e poemas. “E em cada um desses estilos as temáticas e técnicas divergem totalmente. Não consigo e nem quero que seja de outra forma”, acrescenta.
Paulista de Porto Feliz, onde reside, Samanta Holtz é autora de 6 livros, com destaque para as narrativas O Pássaro (2012) e Quando o amor bater à sua porta (2016).
“Terei novo romance lançado em 2022, e em breve poderei divulgar o título”, avisa a escritora que usa a palavra profundidade para definir a sua escrita literária.
“Gosto de leituras que provoquem algum impacto e que não apenas entretenham, mas embalem o leitor em um ritmo agradável de acompanhar e o façam pensar, chorar, inspirar-se”, comenta Samanta.
Comover leitores e leitoras
Samanta Holtz afirma que Francine Cruz é uma escritora que sabe trabalhar literariamente com as emoções. “As obras dela possuem uma carga poderosa de humanidade à medida que os personagens se desnudam diante do leitor e apresentam reflexões, conflitos e questões de forma sincera e transparente, e é aí que o leitor se conecta, se identifica e se enxerga naquilo que está lendo”, analisa a escritora paulista.
Já Francine Cruz analisa que Samanta Holtz escreve “com o coração” ao mesmo tempo que demonstra domínio dos aspectos técnicos de uma narrativa – “ela sabe, como poucos, unir a razão e a emoção na hora de colocar as palavras no papel”. Entre os livros de Samanta, Francine destaca Quando o amor bater à sua porta (2016), “obra com um enredo envolvente e metaficção, o que deixa tudo mais divertido”.
Samanta Holtz conta que, recentemente, leu o novo, e ainda inédito, romance de Francine Cruz – “não sei se ela já está divulgando o título, por isso não o revelarei aqui”. A escritora paulista destaca o aprimoramento da artista paranaense. “Não somente na qualidade técnica da escrita como na ousadia em mesclar pontos de vista e trabalhar temas sensíveis”, completa.
Francine Cruz observa que há pontos de contato entre a sua literatura e a da Samanta Holtz, por exemplo, a temática amorosa. “Ambas escrevemos romances românticos e estamos sempre versando sobre esse assunto”, diz Francine. Samanta acredita que ela e a prosadora curitibana gostam de emocionar os seus leitores e leitoras.
Mapeamento poético e literário
“Às vezes, aos domingos” surgiu em julho de 2020 com a finalidade de criar palco virtual para autores paranaenses – naquele contexto a pandemia inviabilizava a realização de eventos presenciais.
Mais de 40 convidados de todas as regiões do Paraná participaram da primeira fase do projeto – o que faz de “Às vezes, aos domingos” uma ação pioneira no Estado.
Até novembro de 2021, a cada mês dois autores, ou autoras, paranaenses se entrevistavam, sem mediador(a), em encontros veiculados no Instagram.
A partir de dezembro do ano passado, os bate-papos passaram a ser transmitidos no canal do YouTube Às vezes, aos domingos, com um autor ou autora paranaense e um autor ou autora de outro Estado brasileiro.
“Isso amplia o diálogo, ultrapassando fronteiras e contempla mais vozes literárias e poéticas do Brasil, sempre com uma presença paranaense”, dizem os curadores da proposta, Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos.
Soma de Ideias, Coalhada Artesanal Preciosa e Tulipas Negras apoiam a iniciativa. Mais informações em tulipasnegraseditora.blogspot.com