Uma ação coletiva foi proposta nesta terça-feira contra o McDonald’s, o mais recente litígio em relação ao surto de E. coli vinculado aos Quarteirões com Queijo da rede de fast-food.
A queixa, que precisa de certificação judicial para avançar como ação coletiva, busca indenizações superiores a US$ 5 milhões para clientes de todo o país que compraram Quarteirões com Queijo contaminados. Alega que o McDonald’s não informou adequadamente sobre o risco de E. coli associado a esses itens do menu.
“O McDonald’s tem a responsabilidade de adquirir produtos de instalações seguras antes de servi-los ao público,” disse Roy Willey, o advogado dos autores do processo. “Se não podem garantir isso, têm o dever de alertar sobre a possibilidade de perigo.”
Segundo Willey, “nenhum consumidor razoável” pagaria por um Quarteirão com Queijo sabendo que ele está contaminado com patógenos. “O McDonald’s deve assumir a responsabilidade, reembolsar os clientes e melhorar seus processos,” acrescentou.
A ação foi apresentada em nome de Amanda McCray, de Chicago, e William Michael Kraft, de Davie, Flórida, clientes que compraram Quarteirões com Queijo no início deste mês e, posteriormente, manifestaram “muitos dos sintomas associados à infecção por E. coli,” embora o processo não tenha especificado a gravidade dos sintomas.
O McDonald’s não comentou o processo, registrado no Distrito Norte de Illinois. A rede, com sede em Chicago, pediu desculpas aos clientes e comprometeu-se a reconquistar sua confiança após o surto.
“O problema parece estar limitado a um ingrediente específico e a uma área geográfica, e estamos confiantes de que qualquer produto contaminado relacionado a esse surto foi retirado da nossa cadeia de suprimentos e dos restaurantes McDonald’s,” afirmou Cesar Piña, diretor de cadeia de suprimentos da rede para a América do Norte. Ele ressaltou que testes nas carnes dos Quarteirões com Queijo não detectaram E. coli.
O McDonald’s e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontaram as cebolas fatiadas de um fornecedor, a Taylor Farms, como a fonte provável da contaminação. O McDonald’s já removeu as cebolas de seus restaurantes, e a Taylor Farms está colaborando com o CDC e a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e realizou um recall voluntário.
Até o momento, pelo menos 90 pessoas em 13 estados adoeceram após consumirem refeições no McDonald’s, e uma pessoa faleceu, segundo o CDC. Houve pelo menos 27 hospitalizações, incluindo um adolescente com falência renal causada pela síndrome hemolítica urêmica, uma complicação rara e potencialmente fatal.
Os sintomas típicos de infecções por E. coli incluem cólicas abdominais, diarreia e vômito, com a maioria dos afetados se recuperando sem tratamento em cerca de uma semana. No entanto, crianças menores de 5 anos, adultos acima de 65 anos e pessoas com imunidade comprometida estão em maior risco de doenças graves.
Esta ação coletiva é pelo menos a terceira relacionada ao surto de E. coli. Uma mulher de Nebraska e um homem do Colorado já haviam processado o McDonald’s anteriormente. Ambos precisaram de atendimento de emergência por conta da infecção.
Os autores do processo alegam que o McDonald’s violou seu dever de fornecer produtos seguros para consumo, e apontam conduta “fraudulenta, enganosa e ilegal” devido à omissão de informações sobre o risco de contaminação por E. coli.
O McDonald’s não respondeu diretamente às alegações da ação.
Willey disse que tem recebido “muitas” ligações de pessoas interessadas em aderir ao processo coletivo, e espera que o número de participantes aumente. Ele afirmou que a expectativa é que a ação coletiva faça mais do que apenas garantir uma compensação financeira aos clientes.
“A expectativa é dupla: que o McDonald’s faça o certo, apresente um relato completo do que aconteceu e devolva o valor pago pelos clientes,” explicou o advogado. “E, daqui para frente, que a empresa reveja seus fornecedores com mais rigor para garantir o cumprimento dos protocolos de segurança alimentar.”