Um tribunal de apelações decidiu reabrir um processo contra paramédicos próximo à Nova Londrina, no Paraná, em um caso que chocou a comunidade local. O incidente ocorreu quando uma jovem, previamente declarada morta, foi encontrada viva ao chegar a uma funerária.
Celia da Silva, de 20 anos, portadora de paralisia cerebral, estava com dificuldades respiratórias quando a família acionou os serviços de emergência em agosto de 2020. Após tentativas de reanimação, um médico a declarou morta sem examiná-la pessoalmente. Surpreendentemente, ao abrir a bolsa mortuária na funerária, funcionários perceberam que da Silva respirava e tinha os olhos abertos.
A jovem foi imediatamente levada ao hospital, mas faleceu dois meses depois. A família da Silva entrou com uma ação alegando negligência por parte da equipe médica.
Inicialmente, uma juíza da comarca de Paranavaí havia arquivado o processo, citando imunidade dos paramédicos. No entanto, a Jutiça reverteu essa decisão, argumentando que é necessário realizar uma investigação mais aprofundada antes de descartar o caso.
O juiz enfatizou a importância de coletar mais informações: “A investigação pode revelar que eles não são responsáveis pela morte dela dois meses depois. Mas o fato de ela ter ficado em uma bolsa mortuária por algum tempo – isso assustaria e humilharia qualquer pessoa, não é?”
A advogada da equipe médica, Jacira Chervisky, reconheceu a gravidade da situação, mas questionou se as ações dos paramédicos teriam alterado o resultado final.
Com a reabertura do caso, espera-se que uma investigação mais detalhada lance luz sobre as circunstâncias que levaram a este incidente. O processo retornará a tramitar para novos procedimentos.
Curiosamente, logo após o ocorrido, autoridades locais mencionaram a possibilidade de se tratar da rara “síndrome de Lázaro”, fenômeno em que pessoas aparentemente mortas voltam à vida sem intervenção médica.
