A proprietária do Facebook, Meta, foi criticada novamente por desenvolver uma solução alternativa para os recentes regulamentos de privacidade da Apple. A Bloomberg informou que dois de seus usuários do Facebook entraram com uma ação coletiva proposta contra Meta no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte da Califórnia na quarta-feira. Um usuário acusou a empresa de burlar a Política de Privacidade Her 2021 da Apple e violar as leis estaduais e federais que restringem a coleta de informações de identificação pessoal.
Este é o segundo processo movido contra a Meta Platforms por questões de privacidade este mês. Ambos são baseados em relatórios do pesquisador de segurança Felix Krause. Krause alegou que os aplicativos para iOS do Facebook e Instagram da Meta injetam código JavaScript em sites acessados por meio do navegador do aplicativo. Informações do portal BGR.
Krause explicou exatamente o que o Instagram e o Facebook fazem em seu blog:
Links para sites externos são renderizados dentro do aplicativo Instagram, em vez de usar o Safari integrado.
Isso permite que o Instagram monitore tudo o que acontece em sites externos, sem o consentimento do usuário nem do provedor do site.
O aplicativo do Instagram injeta seu código JavaScript em todos os sites exibidos, inclusive ao clicar em anúncios. Mesmo que o script injetado não faça isso atualmente, a execução de scripts personalizados em sites de terceiros permite que eles monitorem todas as interações do usuário, como todos os botões e links tocados, seleções de texto, capturas de tela, bem como quaisquer entradas de formulário, como senhas, endereços e números de cartão de crédito.
A Meta entrou em contato com Krause logo após a publicação do blog para esclarecer alguns pontos. Primeiro, a empresa afirma que a injeção de código JavaScript não ignora as escolhas de App Tracking Transparency (ATT) do usuário. Krause observa que a Meta não respondeu totalmente à sua pergunta, mas admite que “a Meta está seguindo as regras da ATT”.
Um porta-voz da Meta disse à Bloomberg que as alegações são “sem mérito” e que a Meta se defenderá. “Nós projetamos nosso navegador no aplicativo para respeitar as escolhas de privacidade dos usuários, incluindo como os dados podem ser usados para anúncios”, acrescentou o porta-voz.