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Metade das pessoas com Ômicron não sabe que está infectada, diz estudo

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No Brasil se tornou comum dizer que as pessoas não estão infectadas com a variante Ômicron, sempre falam que é uma gripinha quando na verdade estão com Covid-19.

Segundo um estudo publicado em 17 de agosto, metade das pessoas infectadas nos Estados Unios, 56%, não acreditam estarem com uma infecção causada pela Ômicron.

A notícia de certa forma é excelente, pois indica que a Covid-19 está perdendo espaço no Brasil e nos Estados Unidos, mesmo com os brasileiros passando pela temporada da doença, principalmente no sul do país.

Segundo o portal da Time, a Ômicron tende a causar sintomas relativamente leves (ou nenhum sintoma) em pessoas vacinadas ou não vacinadas.

A desvantagem é que muitas pessoas provavelmente estão espalhando o vírus sem querer.

A Dra. Susan Cheng, diretora do Instituto de Pesquisa sobre Envelhecimento Saudável do Cedars-Sinai Smidt Heart Institute, e seus colegas da Universidade da Califórnia, Los Angeles e Abbott Laboratories, estudaram 210 funcionários e pacientes do Cedars-Sinai que forneceram em pelo menos duas amostras de sangue para teste de anticorpos – uma antes do surto de Ômicron e outra depois. Os pesquisadores analisaram os níveis de anticorpos para o vírus SARS-CoV-2.

A maioria das pessoas no estudo foi vacinada e os pesquisadores mediram os níveis de dois tipos diferentes de anticorpos: aqueles que o sistema imunológico produz em resposta às vacinas e aqueles que o sistema imunológico produz após a infecção pelo vírus. No início do estudo, todos os voluntários tinham que ter níveis de anticorpos induzidos por infecção abaixo de um certo limite, indicando que não haviam sido infectados recentemente com o vírus. Dessa forma, qualquer aumento nos níveis de anticorpos serviu como um substituto para uma infecção. Os participantes também preencheram pesquisas de saúde descrevendo seus sintomas e qualquer teste de PCR Covid-19 para determinar se tiveram uma infecção durante o período do estudo.

Os pesquisadores descobriram que 56% das pessoas no estudo que testaram positivo não sabiam que haviam sido infectadas, porque não apresentavam nenhum sintoma de Covid-19 ou sentiam apenas sintomas leves atribuídos a um resfriado ou alergias. As descobertas apoiam dados iniciais de todo o mundo, sugerindo que, durante a pandemia, de 25% a 40% das infecções por SARS-CoV-2 foram assintomáticas, o que apresenta desafios para as autoridades de saúde pública que tentam controlar a propagação do vírus.

“Se uma mensagem sair do nosso estudo, espero que a conscientização sobre seu status de infecção seja realmente fundamental para nos ajudar a superar essa pandemia mais rapidamente”, diz Cheng. “A falta de consciência e a falta de conhecimento podem levar a andar com algo transmissível e, involuntariamente, transmitir o vírus a um membro da família, vizinho, colega de trabalho ou alguém no supermercado”.

Os dados mostraram que a conscientização das pessoas sobre seu status de infecção melhorou depois que os kits de teste rápido em casa se tornaram amplamente disponíveis no início de 2022. Enquanto cerca de 75% das pessoas não sabiam de sua infecção em janeiro e fevereiro, apenas cerca de 56% estavam em maio.

O fato de uma em cada duas pessoas infectadas com Ômicron nem saber que têm Covid-19 é um forte argumento para testes mais frequentes. Testar-se regularmente com kits de antígenos rápidos em casa é uma boa ideia, mesmo que você não se sinta doente, pois transporte, trabalho, escola e locais públicos lotados – como shows ou jogos esportivos – são todos lugares onde você pode obter infetado.

Conhecer seu status de infecção, diz Chen, pode se tornar cada vez mais importante, pois estudos mostram que as pessoas estão sendo infectadas não apenas uma, mas duas e até várias vezes com subvariantes Ômicron. Atualmente, ela está estudando a reinfecção para entender melhor quantas vezes as pessoas estão contraindo múltiplas infecções e quais fatores de risco a tornam mais provável.

“Aumentar a consciência das pessoas sobre seu status é nosso objetivo”, diz ela. “Infelizmente, temos que conviver com esse vírus por algum tempo e, se pudermos estar mais conscientes, podemos potencialmente ajudar a nós mesmos, nossas famílias e nossas comunidades a conter a propagação do vírus”.

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