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sexta-feira, setembro 6, 2024
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Mineração espacial: encontraram enxofre em Marte

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Uma rocha em Marte revelou uma surpreendente riqueza depois que o rover Curiosity acidentalmente rachou ela ao meio.

Quando o rover rolou seu corpo robusto de quase 900 kg sobre a rocha, ela se abriu, expondo cristais amarelos de enxofre. Embora os sulfatos sejam bastante comuns em Marte, esta é a primeira vez que foi encontrado no planeta vermelho em forma pura.

O que é ainda mais emocionante é que o Canal Gediz Vallis, onde o Curiosity encontrou a rocha, está repleto de rochas que se parecem com a rocha de enxofre antes de ser esmagada – sugerindo que, de alguma forma, o enxofre pode ser abundante em alguns lugares.

“Encontrar um campo de pedras feitas de enxofre puro é como encontrar um oásis no deserto”, diz o cientista do projeto Curiosity, Ashwin Vasavada.

“Não deveria estar lá, então agora temos que explicar isso. Descobrir coisas estranhas e inesperadas é o que torna a exploração planetária tão emocionante”.

Os sulfatos são sais que se formam quando o enxofre, geralmente na forma de compostos, se mistura com outros minerais na água. Quando a água evapora, os minerais se misturam e secam, deixando os sulfatos para trás.

Esses minerais de sulfato podem nos dizer muito sobre Marte, como o histórico da presença de água e como a abundância dela tem se alterado ao longo do tempo.

Por outro lado, o enxofre puro só se forma sob um conjunto muito estreito de condições, que não se sabe terem ocorrido na região de Marte onde o Curiosity fez sua descoberta.

Há muitas coisas que não sabemos sobre a história geológica de Marte, o fato de termos descoberto muito enxofre puro na superfície marciana sugere que ainda há algo muito maior a ser descoberto.

É importante entender que o enxofre é um elemento essencial para vida. Geralmente é absorvido na forma de sulfatos e usado para fazer dois dos aminoácidos essenciais de que os organismos vivos precisam para produzir proteínas.

Embora saibamos sobre sulfatos em Marte há algum tempo, a descoberta não nos diz nada de novo nessa área. Ainda não encontramos sinais de vida em Marte, em qualquer forma possível de existência. Mas continuamos tropeçando nos restos de pedaços e partes que os organismos vivos considerariam úteis, incluindo química, água e condições habitáveis passadas.

Presos aqui na Terra, somos limitados em como podemos acessar Marte. Os instrumentos do Curiosity foram capaz de analisar e identificar as rochas sulfurosas no Canal Gediz Vallis, mas se não tivesse seguido a rota de rolamento que terminou com a rachadura de uma delas, poderia ter levado mais tempo para encontrá-la.

O próximo passo será descobrir exatamente como, com base no que sabemos sobre Marte, o enxofre pode ter se formado lá. Isso possivelmente exigirá fazer uma modelagem detalhada da evolução geológica de Marte.

Enquanto isso, o Curiosity continuará coletando dados no mesmo local. O canal Gediz Vallis é uma área rica em história marciana, um antigo curso de água cujas rochas agora carregam a marca do rio antigo que fluiu bilhões de anos atrás.

O Curiosity já perfurou uma das rochas, retirando amostras em pó para análise química, e continua a jornada investigando mais a fundo o canal, ansioso para descobrir quais outras surpresas estão esperando depois do próximo afloramento rochoso.

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