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Músicos curitibanos cantam hinos de esquerda nesta quinta

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O Brasil se tornou um país de posicionamentos e a música não poderia ficar de fora da onda atual no cotidiano dos brasileiros, nesta quinta-feira, às 20h, em homenagem aos 100 anos da Coluna Prestes, um grupo formado por músicos de esquerda locais, chamado de Partigianos, irá fazer um show no Janaíno Vegan, no Largo da Ordem, na Rua Claudino Santos, 116, com um repertório especial de hinos revolucionários, como a Internacional Socialista, de Eugène Pottier (1816-1887) e melodia de Pierre De Geyter (1848–1932), a música ganhou os holofotes entre 1922 e 1944 ao se tornar o hino da União Soviética, atual Rússia.

O Partigianos foi criado pelo ex-candidato a vereador pelo PCdoB, em 2024, Vlad Urban (vocal e violão das bandas Sick Sick Sinners e os Catalépticos) para interpretar hinos revolucionários que são símbolos de resistência em diversas partes do mundo.

O grupo quer utilizar a música como meio cultural para tratar de temas atuais no universo social brasileiro, com a seguinte formação: David Ernst (guitarrista do Kráppulas, 99 Noizagain), Rúbia Oliveira Barreto (baixista da Cigarras); Gustavo Toscan (acordeonista do Decadência e Gaiteiros de Lume), Dora Urban (vocalista do Madrigal Vocale e Americantiga), Beta Roberta (violinista de Como Todo Mundo e Watch Out for the Hounds) e André Santos (baterista do Repudiyo).

O show contará com participações de Luiz Carlos Prestes Filho, que recitará lendas da Coluna Prestes em forma de poemas, extraídos de seu livro Trilogia Heroica, além de relatos históricos.

Prestes Filho também dividirá o palco com os Partigianos, cantando algumas canções, entre elas a inédita “Recuar Jamais”, autoria do líder da Coluna, Luiz Carlos Prestes.

O centenário da Coluna Prestes será celebrado também na Rússia. Em 8 de novembro, o conjunto Grenada, fundado há 50 anos e com maioria feminina, realiza um concerto em Moscou em homenagem ao movimento brasileiro. Com um repertório que abrange músicas de protesto, canções folclóricas, latinas e da música popular soviética e russa, o grupo destaca a importância histórica do movimento revolucionário brasileiro no cenário internacional.

A ideia dos integrantes dos Partigianos é combater, por meio da música, a mediocridade do pensamento autoritarista conservador que vem crescendo na sociedade brasileira. “A banda surgiu da necessidade de expressar o pensamento antifascista, resgatando essas músicas que estavam esquecidas e que, apesar de antigas, continuam extremamente atuais”, declara o músico Vlad Urban.

Quem é Prestes Filho?

Luiz Carlos Prestes Filho desempenha diversas funções no meio cultural: músico, compositor, cineasta, letrista, escritor, poeta, ator, ilustrador, além de jornalista e economista, especializado em economia da cultura. Descendente do revolucionário Luiz Carlos Prestes, teve contato com grandes nomes da cultura desde a infância. A casa dele era frequentada por nomes como Arthur Moreira Lima, Beth Carvalho, Taiguara, Ferreira Gullar, entre outros.

O comunista viveu em Moscou durante o exílio do pai, entre 1970 e 1983, estudou cinema pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética, dirigiu e roteirizou documentários para televisão e cinema, e foi idolatrado pelo poeta russo Robert Rozhdestvensky em um programa de televisão.

Com a anistia política, em 1979, reconquistou o direito ao passaporte brasileiro. Voltou para o Brasil em 1983, quando se aproximou de compositores de música de concerto, como Guilherme Bauer. Publicou diversos livros e artigos em jornais, além de fundar o jornal “Cine Imaginário” (1985-1990).

Em 1995, percorreu os 24 mil km das trilhas da Coluna Prestes entrevistando 450 testemunhas sobre a passagem da marcha (1924-1927).

Como resultado, idealizou e realizou no Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins e Ceará, monumentos e memoriais em homenagem à Coluna Prestes. Alguns deles tiveram projetos arquitetônicos realizados por Oscar Niemeyer (1996-2001), entre eles o Monumento Coluna Prestes, erguido por Luiz Carlos Prestes Filho na cidade de Santa Helena. Com projeto de Niemeyer, possui 25 metros de altura, simbolizando os 25 mil km percorridos pela marcha revolucionária.

O que foi a Coluna Prestes

Apesar de ter início em 1924, a Coluna Prestes foi fruto de um clima de descontentamento observado anos antes nos quarteis, em razão das más condições de trabalho e dos rumos políticos do Brasil, na época governado pelo presidente Arthur Bernardes. Essa revolta se somava a eventos do movimento Tenentista (como o Levante do Forte de Copacabana, em 1922, e a Revolta Paulista de 1924).

Em 28 de outubro de 1924, no noroeste do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Prestes, capitão que comandava o 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, mobilizou batalhões e cavalarias para uma marcha até o oeste paranaense, com o objetivo de se encontrarem com os remanescentes da Revolta Paulista.

Ali nascia a Coluna Prestes, também chamada de 1ª Divisão Revolucionária, Coluna Invicta, Serpente Luminosa e Coluna Miguel Costa-Prestes. A marcha percorreu uma distância de 25 mil quilômetros, atravessando 13 estados brasileiros das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste entre 1924 e 1927.

Dela participaram cerca de 1.500 membros, entre homens e mulheres, de diversas origens, entre pessoas brancas, pretas e mestiças. Além de Luiz Carlos Prestes, entre os demais nomes importantes, participaram Miguel Costa, Juarez Távora e Isidoro Dias Lopes. Por este episódio, Prestes ficou conhecido como Cavaleiro da Esperança.

Serviço:

Coluna Prestes – Especial 100 anos

Show com Partigianos e Luiz Carlos Prestes Filho

Local: Janaíno Vegan

Endereço: Rua Claudino Santos, 116, Largo da Ordem (Curitiba, PR)

Data: 07/11 (quinta-feira)

Horário: A casa abre às 18h. Apresentação inicia às 20h

Entrada grátis

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