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sábado, março 22, 2025
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Ops!!! Cientistas podem ter errado o número de habitantes da Terra

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Um estudo recente publicado na revista Nature Communications revela que o alcance impressionante da expansão humana pode ter sido subestimado de forma significativa pelos cientistas e o número de habitantes da Terra pode ser maior do que o divulgado.

O Homo sapiens é a espécie de mamífero mais dominante do planeta, superando todas as outras em distribuição geográfica e adaptabilidade. Presente em quase todos os continentes e capaz de prosperar em condições extremas, a humanidade ultrapassa em mais de um bilhão o segundo colocado na lista de populações — o rato.

Enquanto estimativas globais apontam para uma população de aproximadamente 8,2 bilhões de pessoas, Josias Láng-Ritter, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Aalto, na Finlândia, e principal autor do estudo, sugere que esses números podem estar sub-representando as áreas rurais de maneira expressiva. “Descobrimos que a população real que vive em zonas rurais é muito maior do que os dados globais indicam. Dependendo da base de dados analisada, as populações rurais foram subestimadas entre 53% e 84% durante o período estudado”, afirmou Láng-Ritter em um comunicado. Ele destacou que esses conjuntos de dados são amplamente utilizados em pesquisas e políticas públicas, mas sua precisão nunca havia sido sistematicamente avaliada.

Para testar a confiabilidade dessas estimativas, o pesquisador utilizou uma abordagem inovadora. Com experiência em gestão de recursos hídricos, ele analisou informações populacionais coletadas de projetos de construção de barragens rurais. Foram examinados 300 projetos em 35 países, cobrindo o período entre 1975 e 2010. Esses dados, que incluem contagens precisas de populações realocadas devido às inundações causadas pelas barragens, serviram como base para comparar e validar os números fornecidos por organizações como WorldPop, GWP, GRUMP, LandScan e GHS-POP.

“Quando barragens são construídas, áreas extensas são alagadas, e as comunidades locais precisam ser reassentadas. A população afetada é contabilizada com precisão, pois as empresas responsáveis pagam indenizações”, explicou Láng-Ritter. “Esses registros locais oferecem contagens populacionais detalhadas e precisas, sem as distorções causadas por limites administrativos. Combinamos essas informações com dados espaciais obtidos por imagens de satélite para validar nossos achados.”

Os resultados do estudo têm implicações importantes para políticas públicas, planejamento urbano e gestão de recursos. A subestimação de populações rurais pode levar a decisões inadequadas em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Além disso, a pesquisa destaca a necessidade de aprimorar os métodos de coleta e análise de dados populacionais, especialmente em regiões onde o acesso a informações precisas é limitado.

Esse trabalho também reforça a importância de considerar contextos locais e fontes alternativas de dados para obter uma visão mais precisa da distribuição humana no planeta. Enquanto a humanidade continua a expandir sua presença global, estudos como esse são essenciais para garantir que as políticas e os recursos sejam direcionados de forma eficiente e equitativa.

Parte dessa discrepância provavelmente decorre do fato de que muitos países não têm recursos para coleta precisa de dados, e a dificuldade de viajar para áreas rurais distantes apenas exacerba as discrepâncias na contagem do censo. Uma sub-representação generalizada de populações rurais em todo o mundo pode ter impactos profundos nessas comunidades, já que os censos são essenciais para descobrir como dividir os recursos.

No entanto, nem todos estão convencidos por essa pesquisa. Stuart Gietel-Basten, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, disse à uma revista especializada que, embora o aumento do investimento na coleta de dados da população rural seja benéfico, a ideia de que a Terra poderia conter alguns bilhões de habitantes humanos a mais do que pensávamos é extremamente improvável.

Ao tentar contar uma população tão grande, algumas centenas ou talvez até alguns milhares podem passar despercebidos. Mas alguns milhões ou até bilhões acabariam com nossa compreensão da ocupação humana neste planeta. Os cientistas precisarão de mais evidências antes de repensar décadas de pesquisa de conjuntos de dados.

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